Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Quebra de milho e de soja deve somar 22 milhões de toneladas

Corte faz Conab reduzir safra de grãos para 296 milhões; IBGE aponta 301 milhões

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A cada nova avaliação da safra de grãos, Conab e IBGE vão constatando efeitos mais contundentes do clima sobre a produção brasileira. Apenas milho e soja já somam perdas de 22 milhões de toneladas nesta safra.

Nesta terça-feira (12), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reavaliou a safra de grãos deste ano para 295,6 milhões de toneladas, 24,2 milhões a menos do que a previsão inicial, feita no último trimestre de 2023.


O IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reduziu a estimativa para 301 milhões de toneladas. A forte queda nas estimativas ocorre devido a concentração de área em dois produtos, soja e milho, e ambos estão com restrição de produtividade.


As áreas de plantio destinadas a soja e milho somam 66 milhões de hectares no país, 84% do total cultivado com grãos. Os dois produtos têm uma previsão de quebra de 7% na produtividade. A colheita de soja já está sendo realizada, e o milho safrinha ainda está sendo semeado.

Plantio de milho logo após a colheita de soja, no norte do Paraná - Mauro Zafalon /Folhapres


Os novos números consolidam dois pontos extremos nesta safra de 2023/24. Mato Grosso, bastante afetado pela seca, reduz a produção deste ano para 85 milhões de toneladas, após ter atingido o recorde de 101 milhões em 2023.

Rio Grande do Sul eleva o volume deste ano para 40 milhões de toneladas, 46% a mais do que no ano anterior. O estado tem crescimento de produção em todas as principais culturas: soja (mais 68%), milho (40%), trigo (51%) e arroz (8%).


Mato Grosso perde nas duas principais culturas do estado, produzindo 18% menos soja e 16% menos milho, mas aumenta o volume de algodão em 16%.


Apesar dessa contínua queda de produção, os estoques finais de produtos básicos não sofrem grandes alterações. O de arroz está previsto para 1,8 milhão de toneladas, estável em relação ao da safra anterior.


Os de feijão e de trigo, com o aumento de produção, sobem para 451 mil toneladas e 865 mil, respectivamente. Já soja e milho vão terminar o ano safra com quedas de 16% e de 20% nos estoques finais.

Colheita de soja no norte do Paraná - Mauro Zafalon /Folhapres


Segundo o IBGE, a região Sul volta a participar mais da produção nacional de grãos, após o aumento de 10% nesta safra. Os três estados do Sul vão colher 29% de toda a produção nacional, acima dos 25% do ano passado. Os do Centro-Oeste têm a participação reduzida para 47%, após ter atingido 51% em 2023.

Cana O processamento de cana-de-açúcar do início de abril de 2023 ao final de fevereiro último atingiu 647 milhões de toneladas, 19% a mais do que na safra anterior.


Cana 2 Os dados são da Unica, que apontou também produção de 42,2 milhões de toneladas de açúcar, 26% a mais do que na safra anterior.


Cana 3 As usinas do centro-sul colocaram 32,7 bilhões de litros no mercado neste mesmo período, 16% a mais. A produção de etanol hidratado subiu para 19,7 bilhões, com crescimento de 21%.


Comercialização As vendas de soja atingiram apenas 33% até o início de março, segundo acompanhamento da consultoria Datagro.


Comercialização 2 Esse percentual fica abaixo dos 48,5% da média dos últimos cinco anos e bem distante dos 63% registrados na safra de 2020/21 para este mesmo período.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.