Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu União Europeia Rússia

Preço sobe, e mais produtores podem optar pelo plantio de trigo

A oferta de semente, porém, é limitada, devido ao efeito do clima na safra passada

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O preço do trigo se recuperou e mais produtores podem optar pelo plantio do cereal no Paraná. Essa decisão, no entanto, está limitada pela baixa oferta de sementes.

Em 2023, incentivados pelos preços do ano anterior, elevados devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, dois importantes exportadores do cereal, os produtores brasileiros apostaram no cereal.

Queda de preços, seca e excesso de chuvas na colheita anterior provocaram prejuízos para os agricultores. Neste ano, com preços pouco atrativos, boa parte deles deixou ou reduziu o plantio do cereal.

Nas últimas semanas, porém, problemas em safras de grandes produtores, como União Europeia, Leste Europeu e Rússia forçaram uma alta do trigo no mercado internacional.

Lavoura de trigo da JCC (Companhia de Cultivos), em Barreiras (BA)
Lavoura de trigo da JCC (Companhia de Cultivos), em Barreiras (BA) - Divulgação

Os preços reagiram também no mercado nacional, e os valores atuais de negociação passaram a ser atrativos. Eles superam os custos variáveis de produção e o valor do preço mínimo estipulado pelo governo.

Preço externo em alta, dólar favorável e incertezas sobre o plantio no Rio Grande do Sul, devido aos desastres climáticos, animaram alguns produtores paranaenses. Carlos Hugo Winckler Godinho, analista de trigo do Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná, diz que a oferta de semente, no entanto, é limitada neste ano, devido aos efeitos do clima na produção do ano passado.

O Deral registra uma forte queda na área de plantio. Serão 1,12 milhão de hectares, uma área próxima à de 2022, mas 21% abaixo da de 2023.

Apesar dessa queda, se o clima ajudar, a produção deste ano sobe para 3,7 milhões de toneladas, superando a das duas últimas safras. Essa alta ocorre devido ao aumento de 29% na produtividade.

O Deral prevê um potencial de rendimento de 3.323 kg por hectare, mas Godinho alerta que essa produtividade só deverá ocorrer com um clima bastante favorável ao setor. Algumas áreas do estado já passam por um período de seca e elas serão avaliadas mais à frente, segundo o analista.

Nos cálculos do Deral, o custo médio de produção de uma saca de trigo no Paraná é de R$ 67. Os produtores estão negociando o cereal a R$ 75,49, e os preços mínimos estão em R$ 78,51 para o trigo tipo 1 com PH 78.

As notícias do mercado externo favorecem os preços internos. Segundo o IGC (International Grains Council), os estoques mundiais de abertura desta safra 2024/25 eram de 266 milhões de toneladas, os menores em cinco anos. Os de final caem para 260 milhões, os mais baixos em seis safras.

Na previsão do IGC, a produção mundial será de 794,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo atingirá 801 milhões. Pelo menos 147 milhões de toneladas do volume de consumo serão destinados à produção de ração.

O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê queda no volume a ser exportado pela Rússia, União Europeia, Ucrânia e Austrália, mas aumento nas exportações do Canadá e pela Argentina.

A Ucrânia, devido à continuidade da guerra, deverá obter a menor safra de trigo desde 2012/13. Serão 21 milhões de toneladas, abaixo dos 33 milhões da safra anterior à invasão.

Pequenos produtores A Emater/RS apurou que 2.993 produtores de mandioca foram afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Eles perderam 22 mil toneladas do produto.

Pequenos produtores 2 As perdas com alface atingiram 11,6 mil toneladas, afetando 2.493 agricultores, e as com repolho somaram 8.509 toneladas em 1.095 propriedades.

Piscicultura Mai próxima dos rios, a piscicultura teve uma perda de 938 mil toneladas. Foram destruídos 4.983 açudes, segundo a Emater/RS.

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