Walter Casagrande Jr.

Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"

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Walter Casagrande Jr.

Só há um jeito de desarmar a bomba-relógio de 1º de janeiro: definir a eleição em 2 de outubro

Fico tentando imaginar o que pode ocorrer depois da tão esperada derrota deste governo covarde

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Estão acontecendo muitas coisas estranhas no nosso Brasil. Sim, nosso!

Estamos vivendo momentos tensos. E parece que fica mais tenso conforme vai chegando o 2 de outubro, data do primeiro turno das eleições para presidente, governadores, senadores e deputados.

Fico tentando imaginar o que pode acontecer depois da tão esperada derrota deste governo covarde que temos.

Urna eletrônica que será utilizada nas eleições deste ano - Rubens Cavallari/Folhapress

Mas não consigo, porque é uma novidade, para nós, tentar imaginar o que poderão fazer essas pessoas carregadas no ódio e na intolerância, com armas nas mãos, incentivadas e motivadas pela família Bolsonaro e por seus apoiadores golpistas a agir contra a democracia.

Será que poderei ir ao Ibirapuera caminhar tranquilamente, como sempre faço, com esses caras raivosos soltos por aí?

Será que as pessoas poderão ir à padaria tomar um café, com o terror espalhado pelas ruas?

Nós não temos ideia nenhuma porque nunca passamos por isso. A democracia começou a ser atacada quando o deputado/capitão/perverso/golpista –e tantas outras coisas– conseguiu notoriedade sendo homofóbico, machista, racista e fã de torturadores. E o fato é que ninguém tomou nenhuma providência.

Esse clã foi crescendo. Muitos que fingiam ser democráticos viram então a possibilidade de colocar todos os seus preconceitos para fora, bater no peito e gritar: "Vamos acabar com a democracia".

O que as pessoas do bem, verdadeiramente interessadas em defender valores humanitários, podem fazer para mudar essa realidade?

Eu sei.

Liquidar a eleição para presidente no primeiro turno. Golear esse adversário nas urnas de forma honesta, sem violência. É só apertar as teclas da urna.

Irmos votar conscientes e seguros do que realmente queremos para o nosso país.

Lutar pelas minorias –ou mesmo pelas maiorias mal representadas, como negros e mulheres.

Queremos educação, saúde, segurança, cultura e tantas outras coisas. Há muito a recuperar. Há muito a refazer. Há também muito ainda a conquistar.

Depois ainda teremos que reconstruir várias instituições que foram fragilizadas por tantos ataques, resgatar princípios e valores da nossa sociedade.

Não podemos permitir que a destruição continue.

Precisamos pensar na Amazônia e nos povos indígenas, que continuam sendo covardemente assassinados em nome do privilégio de meia dúzia de oportunistas e usurpadores defendidos por este governo.

As meninas indígenas estão sendo estupradas. Não há como fingir que não vemos o que acontece bem debaixo dos nossos olhos ou estaremos todos sendo omissos e coniventes com essa violência.

Este país atual não é o nosso Brasil.

Temos que erguer a cabeça, mesmo sabendo que somos alvos, sem medo de defender a nossa democracia.

Queremos acordar no dia 1º de janeiro de 2023 respirando e vivendo, não sufocados e sobrevivendo.

"Atenção, é preciso estar atento e forte / Não temos tempo de temer a morte."

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