Gestão Doria decide fechar usina de asfalto interditada por Alckmin

Unidade fabril terá licença ambiental para funcionar até agosto

São Paulo

Quatro dias após ser multada pela Gestão Alckmin (PSDB) em R$ 51 mil, a Prefeitura de São Paulo decidiu fechar a usina de asfalto que funciona na Barra Funda, zona oeste da capital. Na última sexta-feira (2), a fábrica foi interditada por emitir forte odor, perceptível fora dos limites da propriedade.

A promessa do governo municipal é fechar a unidade fabril até agosto. "Até lá, a produção de massa para operação tapa-buraco será retomada na cidade com a adoção de medidas emergenciais para mitigar as questões ambientais que levaram à interdição da fábrica", diz nota.

Segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), ligada ao governo Geraldo Alckmin, a licença de operação da usina inaugurada em 1990 expirou em dezembro de 2017.

"A Cetesb emitirá uma licença de operação pelo período de seis meses, destacando-se entre as exigências técnicas que o horário de funcionamento será alterado para começar às 5h e encerrar às 22h", afirma a prefeitura.

Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Cetesb interditam usina de asfalto da Prefeitura de São Paulo
Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Cetesb interditam usina de asfalto da Prefeitura de São Paulo - Divulgação/Governo de SP

No acordo, a gestão Doria se compromete a fazer o recebimento de matéria-prima para a produção de massa da usina entre 10h e 16h.

Edvaldo Godoy, presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barra Funda, diz que o fechamento da usina é uma briga antiga das pessoas que vivem na região.

"É ultrapassado demais que tenhamos uma usina poluidora no centro de São Paulo, ao lado de creches, casas, mercado e do fórum. É um transtorno o odor e o pó que a gente aspira. O móvel que é limpado de manhã, está coberto de pó preto à tarde. Imagina isso no pulmão", diz.

De acordo com a prefeitura, serão adotadas medidas para redução dos níveis de ruído, manutenção do sistema de controle de material particulado e a substituição dos filtros que se encontrarem avariados, lavagem do pátio e limpeza das galerias no entorno serão intensificadas.

Para resolver a questão do forte cheiro, o município informou que "irá aplicar produtos para diminuir o odor produzido".

Conforme a prefeitura, a usina opera exclusivamente para o programa tapa-buraco e não tem relação com o Programa Asfalto Novo.

A Secretaria das Prefeituras Regionais estuda áreas na cidade e custos para transferir a fábrica da Barra Funda.

De acordo com a Cetesb, em quase 30 anos a usina recebeu 11 autos de advertência, 25 autos de multas e oito de multas diárias.

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