Descrição de chapéu violência polícia civil

Briga por xixi em posto após bloco de Carnaval deixa 2 mortos em SP

Foliões foram atingidos a tiros por funcionário de estabelecimento na avenida Rebouças

Rogério Pagnan Kleber Nunes
São Paulo

Uma briga em um posto de combustíveis da avenida Rebouças, em Pinheiros (zona oeste), terminou com dois rapazes mortos a tiros e um terceiro baleado na noite de sábado (3) após participarem do Carnaval de rua em São Paulo.

O grupo havia saído de um bloco da folia e foi atingido por um funcionário do posto, de bandeira Shell, conforme apontaram testemunhas e as imagens de câmera de segurança. A Polícia Civil decidiu pedir à Justiça a prisão temporária do homem, que não teve a identidade revelada.

Segundo a polícia, ele trabalhava como caixa do posto de combustível. Testemunhas prestaram depoimento e disseram que a briga ocorreu após parte do grupo fazer xixi em uma área do estabelecimento.

O professor de educação física Bruno Gomes de Souza, 31, morreu após ser levado para a Santa Casa. O metalúrgico João Batista Moura da Silva, 30, foi levado ao Hospital das Clínicas, mas, segundo a assessoria de imprensa da unidade, morreu neste domingo (4).

O empresário Rodrigo Beralde da Silva, 35, também deu entrada no HC e foi transferido ao Hospital Nove de Julho, onde permanece internado. Segundo a polícia, ele não corre risco de morte.

Bruno, João e Rodrigo estavam com outros nove amigos no Bloco Bicho Maluco Beleza, do cantor Alceu Valença, que se apresentou na tarde de sábado em frente ao parque Ibirapuera. Depois do show, eles resolveram seguir para a avenida Brigadeiro Faria Lima. No caminho, dizem que decidiram parar no posto da avenida Rebouças porque um dos amigos estava passando mal.

XIXI

Já no posto, Fernando Avelino, um dos amigos das vítimas, disse que a confusão começou no momento em que algumas das amigas que estavam no grupo usaram uma área de lixeira do estabelecimento para urinar.

O local havia sido indicado, segundo as testemunhas, por funcionários do próprio posto devido à interdição do banheiro do local.

Quando as mulheres terminaram de urinar, os rapazes foram ao mesmo local, que passou a funcionar como banheiro improvisado. Foi nessa hora que um funcionário do posto chegou e ameaçou trancar um portão da área com os rapazes lá dentro.

Começou, então, uma discussão. "Eu disse que trancar lá dentro ele não iria", disse outra testemunha que se identificou apenas como Marcelo.

"O subgerente veio e tentou dar um tapa no rosto do meu amigo. Tudo na maior grosseria", disse Fernando Avelino.

"Nisso apareceu um rapaz com a barra de ferro. Ele estava com colete do posto. Foi esse mesmo que sacou uma arma e atirou. Aí, foi um tumulto só", complementou Avelino, que saiu do local ferido no antebraço.

Imagens de câmera de segurança mostram que, em meio à discussão, um homem com mochila nas costas (que estava sem uniforme, mas se apresentou aos foliões como funcionário do posto) é empurrado por um dos rapazes.

O funcionário uniformizado do estabelecimento, então, avança em direção ao grupo com um objeto (segundo os amigos, uma barra de ferro) e agride um dos jovens.

Em seguida, ele é atacado por outros integrantes do grupo, leva uma rasteira, cai, sai correndo, tira uma arma da cintura e começa a atirar.

Segundo testemunhas, os amigos baleados sempre faziam atividades juntos. A Polícia Civil adiantou que uma bala foi retirada de um dos corpos e será usada na perícia para atestar de qual arma os disparos foram feitos.

O atirador não tem antecedentes criminais, segundo a polícia. Ele ainda não havia sido localizado nesta segunda. Agora, será investigado se ele possuía porte de arma de fogo e se a administração do posto sabia que ele trabalhava armado.

Procurada, a administração do posto não respondeu à reportagem.

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