Metrô de SP fará operação especial para desafogar estações no Carnaval

Linhas 1-azul e 4-amarela terão reforço na segurança e no número de trens

Dhiego Maia
São Paulo

O metrô prepara uma megaoperação para desafogar as linhas que levarão a maior quantidade de foliões aos polos do Carnaval paulistano.

A ação prevê organizar o fluxo de passageiros nas estações mais demandadas e reforçar o número de seguranças e de trens em circulação entre sábado (10) e terça-feira (13).

O pacote de medidas promete ser uma resposta ao caos pelo qual o transporte sobre trilhos passou no último final de semana do pré-Carnaval, quando 187 blocos pipocaram pelas ruas da cidade.

No sábado (3), parte da linha 4-amarela, que liga o centro a Pinheiros (zona oeste), a região mais hypada da folia paulistana, precisou operar em esquema de emergência por consequências da superlotação e de atos de sabotagem.

A estação Faria Lima foi fechada por alguns minutos. Na Pinheiros, houve tumulto, empurra-empurra e até confronto entre funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e foliões.

A Via Quatro, concessionária que administra a linha 4 -amarela, diz que transportou 657 mil passageiros só no dia 3 —o montante é 119% superior ao registrado num sábado comum, que acumula, em média, 300 mil passageiros.

Para Clodoaldo Pelissioni, secretário de transportes metropolitanos da gestão Alckmin (PSDB), as operações do metrô vão seguir nos trilhos da normalidade nos dias da folia oficial "porque muita gente deve viajar e a cidade ficará mais esvaziada."

A operação especial vai centrar fogo nas linhas 4 -amarela e 1 -azul.

Na linha 1 -azul, por exemplo, o metrô calcula que as estações Liberdade, São Joaquim e Paraíso serão as mais procuradas por quem vai desfilar nos blocos da avenida 23 de Maio.

Estação Faria Lima, na linha 4-amarela, apinhada de gente no sábado (3) de pré-Carnaval
Estação Faria Lima, na linha 4-amarela, apinhada de gente na entrada no sábado (3) de pré-Carnaval - Bruno Rocha/Fotoarena/Folhapress

As duas linhas terão à disposição todos os trens que operam nos dias normais —entre 20 e 30 composições. Os acessos de entrada e saída das estações estarão separados. Também serão criados "bolsões", uma espécie de área delimitada por grades, para controlar o fluxo de passageiros.

Segundo o especialista em segurança, Hugo Tisaka, ordenar uma multidão em filas num espaço delimitado funciona no metrô "porque reduz o tráfego de usuários em direção às estações." "Mas para dar certo é preciso organização, equipe treinada, comunicação prévia e muita agilidade dos funcionários do sistema", disse.

Na estação Faria Lima, onde está localizado o Largo da Batata, um dos pontos de maior dispersão de blocos do Carnaval de São Paulo, a formação do "bolsão" falhou no último fim de semana por falta de espaço. "Tinha trio elétrico na entrada da estação, que precisou ser fechada tamanha era a quantidade de gente", explicou Pelissioni.

"Conversamos com a prefeitura e a Polícia Militar e esperamos não ver o mesmo problema se repetindo no Carnaval", complementou o secretário.

SABOTAGEM

Mas para a pasta de Transportes Metropolitanos, atos de sabotagem foram a maior causa dos atrasos na circulação dos trens no último final de semana do pré-Carnaval.

Entre sábado (3) e domingo (4), o órgão diz que o "botão soco", usado para abrir as portas dos vagões em situações de risco, foi apertado 39 vezes em todas as cinco linhas do metrô —25 delas só na linha 4 -amarela.

A alavanca de emergência, que trava totalmente a viagem do trem, também foi acionada nove vezes apenas na linha amarela.

A pasta também registrou passageiros sentados nas plataformas com as pernas para dentro da via e até um usuário que tentou embarcar entre os vagões.

"Vamos contar com seguranças a paisana para monitorar as estações e os vagões. Quem for pego atrapalhando a circulação dos trens e acionando os sistemas de emergência sem necessidade desta vez será detido", concluiu Pelissioni.

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