PF investiga queda de helicóptero sequestrado que matou 3 em SC

Suspeita é de que aeronave seria usada para resgatar preso em Joinville

São Paulo

A Polícia Federal assumiu as investigações da queda de um helicóptero registrada na tarde desta quinta-feira (8), em Joinville (SC), que terminou com três mortos e um ferido.

O helicóptero explodiu ao cair sobre três casas do bairro Paranaguamirim, por volta das 15h45 —nenhum morador se feriu. A PF passou a comandar as investigações porque trata-se de um acidente aéreo.

A primeira suspeita levantada pela Polícia Civil, que iniciou a apuração do acidente, é de que o piloto e mais um auxiliar de pista foram sequestrados por dois passageiros que pretendiam resgatar um preso da região.

Ainda não se sabe o que causou a queda da aeronave, cujos destroços estão sendo periciados por uma equipe da seção de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos da FAB (Força Aérea Brasileira) nesta sexta (9). O laudo com as conclusões do acidente deve ficar pronto em ao menos 30 dias.

Morreram carbonizados o piloto Antonio Mario Franco Aguiar, 57, o auxiliar de pista Bruno Siqueira, 20, e um dos contratantes do voo, que ainda não foi identificado.

O quarto ocupante do voo e único sobrevivente foi identificado como Daniel da Silva, 18. Ele foi resgatado pelos bombeiros e encaminhado ao Hospital Municipal São José. Ele sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus em várias partes do corpo e está sedado.

Segundo a polícia, Daniel possui ficha criminal por tráfico e posse de drogas, receptação, dano qualificado e resistência à abordagem policial. Ele havia deixado a prisão em fevereiro após ter progredido para o regime semiaberto.

Antes de o helicóptero cair, moradores do bairro Paranaguamirim ouviram barulhos de disparos de arma de fogo. A polícia apreendeu junto aos destroços um revólver e em um local próximo ao acidente, uma pistola calibre 9 mm.

Imagem de helicóptero em chamas após queda em área urbana de Joinville
Imagem de helicóptero em chamas após queda em área urbana de Joinville - Reprodução/ BandNews

BETO CARRERO

O helicóptero prestava serviços ao parque de diversões Beto Carrero World. Ele fazia voos panorâmicos na cidade de Penha, onde o parque está localizado.

No entanto, Daniel e o comparsa morto alegaram que precisavam fazer um voo mais longo, até Joinville, que está a 70 km de Penha, para ver uns terrenos. Eles embarcaram com duas maletas de mão por volta das 15h20.

O voo levantou suspeita das autoridades porque não teve a rota comunicada ao serviço de controle aéreo, um procedimento obrigatório. A suspeita de que algo estava errado se confirmou quando o piloto Antonio Aguiar enviou para a torre de Curitiba (PR) um código informando que havia sido sequestrado. A aeronave também caiu em um local próximo ao presídio regional de Joinville, fato que reforça o plano de resgate ao preso.

Em nota, o Beto Carrero World lamentou o acidente. “Lamentamos a queda de uma aeronave pertencente a empresa Avalon Táxi Aéreo, que terceiriza o serviço de voos panorâmicos no Beto Carrero World. Segundo informações da Avalon Táxi Aéreo, a aeronave não estava operando nas rotas oferecidas de serviços pelo parque."

A Folha não conseguiu localizar nenhum representante da Avalon Táxi Aéreo até esta publicação.

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