A maior parte dos moradores da cidade do Rio reprova a gestão do prefeito Marcelo Crivella (PRB) e do governador Luiz Fernando Pezão (MDB), mostra a mais recente pesquisa Datafolha.
Para 58%, a gestão municipal é ruim ou péssima —apenas 10% a consideram ótima ou boa. Os demais a acham regular (30%) ou não têm opinião a respeito (2%).
No mesmo levantamento, o instituto mapeou a opinião dos cariocas sobre a intervenção federal e a sensação de insegurança proporcionada pela cidade —bem como sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e a reprodução de informações falsas a respeito dela.
O prefeito definiu o primeiro ano de sua gestão como a "transposição de um campo minado". Eleito no segundo turno com 59% dos votos, o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus passou 2017 culpando a crise financeira —que ele credita a seu antecessor, Eduardo Paes (MDB)— por não ter conseguido tirar seus planos do papel.
Nesse período, Crivella travou disputas com empresários, servidores e políticos. Também reduziu investimentos para tentar evitar atrasos de salários de servidores.
Já Pezão é reprovado por 83% na capital, que acham sua gestão ruim ou péssima. Apenas 2% a consideram ótima ou boa. Os moradores do Rio representam 39% da população fluminense.
A crise dos cofres públicos deixou servidores sem receber ou com pagamentos atrasados, até mesmo em áreas como educação e segurança.
Sua gestão também é vista como uma extensão da de seu antecessor do mesmo partido, MDB, Sérgio Cabral, condenado por crimes de corrupção a pena de mais de cem anos.
Durante o Carnaval, enquanto o noticiário exibia imagens de supermercados saqueados e tiroteios pela cidade, Pezão estava no interior e Crivella, em viagem à Europa.
O governador havia dito que achava que o planejamento estava adequado; mais tarde reconheceu que não estava preparado para o violência registrada. Crivella só voltou ao Rio dias depois.
Essa postura dos dois também afetou sua imagem.
A reprovação a Crivella aumentou em relação a outubro passado, quando estava num patamar de 40%. A aprovação caiu de 16% para 10%.
Moradores da cidade com menor grau de escolaridade são menos críticos à gestão. Nesse grupo, 49% o reprovam e 18% o aprovam. O contrário acontece no segmento mais escolarizado, onde Crivella é reprovado por 73%.
O padrão se repete quando o recorte é renda familiar. Entre os que ganham até dois salários mínimos, a reprovação é de 50%. Já entre pessoas com renda de cinco a dez salários, a reprovação é de 75%. Mulheres o reprovam mais (64%) do que os homens (51%).
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