Vizinhos de fontes da Coca-Cola vão ter acesso grátis à água

Projeto concede água a 4.000 pessoas, e meta é chegar a 50 mil em cem comunidades

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Presidente da Coca-Cola no Brasil, Henrique Braun
Presidente da Coca-Cola no Brasil, Henrique Braun - Leo Pinheiro - 15.dez.16/Valor
São Paulo

Moradores dos arredores de fontes minerais exploradas comercialmente pela Coca-Cola em cinco estados vão passar a ter acesso gratuito à água.

O anúncio será feito nesta segunda-feira (19) no Fórum Mundial da Água, em Brasília, pelo presidente da companhia no Brasil, Henrique Braun, durante o painel "Compromisso Empresarial pela Segurança Hídrica".

"Ano passado, começamos a trabalhar com algumas fontes outorgadas dando acesso direto à sociedade civil, beneficiando 4.000 pessoas em 15 comunidades vizinhas às nossas fábricas no Ceará, no Amazonas e no Pará", disse Braun, em entrevista exclusiva à Folha.

"Nosso compromisso agora é expandir o programa para cem comunidades dando acesso à aproximadamente 50 mil pessoas em oito estados."

O anúncio será feito a cerca de 120 km da Mineração São José, uma das fontes da Crystal, marca de água mineral da Coca-Cola. Situada na zona rural de Luziânia (G0), a fonte a ser aberta à população vizinha está na área de influência do Distrito Federal, que enfrenta crise hídrica sem precedentes e abriga a oitava edição do maior evento global sobre água.

"O foco da nossa Aliança + Acesso são regiões onde temos maior escassez, entre elas as regiões Norte e Nordeste", explicou o presidente da Coca-Cola. 

A expansão do programa chegará até o final deste ano também às fontes de água Crystal em Ribeirão Preto, Bauru, Mogi das Cruzes, no estado de São Paulo; Benevides, no Pará; Anápolis, em Goiás; Uberlândia, em Minas Gerais; e Maceió (AL).

Segundo Henrique Braun, o programa é o terceiro pilar evolutivo do trabalho da empresa na busca de uma forma mais consciente de utilização dos recursos hídricos. "O primeiro pilar, Água + Eficiência, olhava para dentro da fábrica, enquanto o segundo, Água + Disponibilidade, é um trabalho integrado de preservação de bacias hidrográficas."

REDUÇÃO DE CONSUMO

No painel com foco nos desafios das empresas para serem mais sustentáveis, o presidente da Coca-Cola vai apresentar dados como a redução em 30% do volume de água consumido nas linhas de produção no Brasil. "Nos últimos 15 anos, reduzimos em 30% a quantidade de água necessária para produzir um litro de bebida em nossas fábricas. Hoje, usamos o equivalente a 1,78 litro de água em cada litro." 

Uma economia que equivale a 7,6 bilhões de caixas d'água. A meta é chegar a um índice de 1,68 litro até 2020.

Em 2013, sete anos antes do previsto, a operação brasileira da Coca-Cola alcançou uma outra meta de repor ao ambiente 100% do total de água utilizado em seus processos produtivos. "Não só chegamos à neutralidade, como devolvemos hoje o dobro da água que utilizamos, por meio de parcerias com o terceiro setor, no trabalho que temos feito de proteção de bacias", disse Braun.

O presidente destaca que a Coca-Cola é "benchmaking" na indústria. "Cada vez mais, nossos fornecedores usam tecnologias e processos mais avançados."

Para ele, o papel da empresa, líder do setor, é o de puxar toda a cadeia, a concorrência e também outros atores na direção de um uso mais racional dos recursos naturais. "Tomar iniciativa sozinhos como setor privado, como terceiro setor ou como governo é sempre um estimulo às transformações, mas a real transformação acontece quando unimos esforços."

Segundo Braun, o desafio maior é levar água tratada para 35 milhões de brasileiros que ainda não têm acesso a água tratada. "Não vamos resolver isso em um ano, mas usando a fortaleza de cada um com o comprometimento de tratar a questão de água de forma integrada, com diálogo e transparência."

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