Dois ataques a tiros matam 4 na Grande SP em região de megachacina de 2015

Crimes ocorreram em Carapicuíba e Osasco; endereço é epicentro de crime anterior

São Paulo

​​Dois ataques a tiros deixaram pelo menos quatro mortos na noite desta sexta-feira (7) em Osasco e Carapicuíba, na mesma região da Grande São Paulo palco da maior chacina do estado, em 2015. 

Um deles ocorreu no epicentro do crime anterior, na mesma rua do bar em Osasco onde houve 8 dos 17 assassinatos em 13 de agosto daquele ano. Desta vez, três estudantes foram atingidos, dois dos quais morreram. 

O outro ataque foi registrado em Carapicuíba, meia hora antes, com semelhança no modo de ação, cor de veículo e armamento, incluindo fuzil, de uso restrito de forças de segurança e incomum em casos do tipo. A polícia investiga a relação entre os crimes e também com a chacina de 2015.

O primeiro ataque na noite desta sexta ocorreu no Jardim Maria Beatriz, em Carapicuíba. Por volta das 20h30, tiros foram disparados em direção a um bar na rua Maria Dilza dos Santos Lima. De acordo com testemunhas, eles teriam partido de dentro de um Volkswagen Voyage prata. 

Três pessoas foram baleadas. O mecânico Jonata Batista Alves, 25, foi encontrado morto pela polícia debaixo do balcão da lanchonete. O autônomo Eduardo Florentino de Moraes, 25, foi levado ao pronto-socorro da Vila Dirce, mas também acabou morrendo. Um técnico de 30 anos ficou ferido.

No estabelecimento e na rua do crime, policiais militares encontraram dois projéteis: um de um fuzil 556 e outro de uma pistola 380.

O segundo ataque foi registrado na rua Antônio Benedito Ferreira, no bairro Munhoz Júnior, em Osasco, a mesma do bar epicentro da chacina de 2015. Por volta das 21h, três estudantes foram atingidos por tiros disparados a partir de um carro prata --segundo testemunhas, seria um Chevrolet Prisma.

Felipe Santos Soares, 21, morreu no local. Robson de Souza Gonçalves, 18, chegou a ser levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Parque Imperial, em Barueri, mas acabou morrendo. Eles não tinham registro de passagem pela polícia. 

No hospital, um jovem de 19 anos que sobreviveu aos disparos confirmou a versão das testemunhas e contou aos policiais que um homem desceu do lado do passageiro do veículo e disparou contra esse grupo de amigos. A vítima tentou fugir, mas acabou ferida.

A Folha apurou que foi identificado uso de fuzil também nesse local, reforçando a suspeita de ligação com as mortes em Carapicuíba, distante a de cerca de 11 km.

Foi na região de Osasco, Carapicuíba, Barueri e Itapevi onde houve a maior chacina de São Paulo, em agosto de 2015. Ao todo, 23 pessoas foram mortas a tiros, entre 8 e 13 de agosto daquele ano, sendo 17 numa mesma série de ataques no mesmo dia.  

Segundo a Promotoria e a Polícia Civil, os crimes na ocasião ocorreram por retaliação às mortes de um policial militar e de um guarda municipal. 

Um guarda municipal e três policiais militares foram condenados pelos crimes e estão presos. No entanto, investigação interna da Polícia Militar de São Paulo concluída em agosto diz não haver indícios suficientes para a corporação punir nenhum dos PMs suspeitos.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.