Laudo do IML confirma morte de advogada por asfixia no Paraná

Exame aponta esganadura, com feridas e sinais de luta, e não queda, como causa da morte

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Curitiba

Um novo laudo do IML (Instituto Médico-Legal) do Paraná, concluído nesta quinta (20), confirmou que a morte da advogada Tatiane Spitzner, 29, ocorrida no final de julho, foi causada por asfixia mecânica, e não pela queda do quarto andar do prédio.

A advogada Tatiane Spitzner e o marido Luís Felipe Manvailer - Reprodução Facebook

O exame de necropsia aponta a ocorrência de esganadura, com feridas e sinais de luta.

Segundo o diretor do IML, Paulino Pastre, o estudo confirmou que ela morreu e, depois, foi jogada do edifício onde morava com o marido, Luis Felipe Manvailer, em Guarapuava (PR).

A constatação foi feita por dois médicos-legistas, que verificaram que as fraturas provocadas pela queda não foram seguidas de reação vital, como sinais de coagulação, sangramento ou cicatrização –o que indica que ela já estava morta quando caiu. 

“Isso foi verificado tanto macroscopicamente, ou seja, visualmente, quanto em nível microscópico”, disse Pastre à Folha.

O exame identificou ainda o uso das mãos na região do pescoço da advogada, por meio de feridas compatíveis com marcas de unhas e lesões circulares na musculatura cervical.

Ele foi denunciado sob acusação de homicídio qualificado (por feminicídio, motivo fútil, meio cruel e dificultar a defesa da vítima), além de fraude processual por ter tentado alterar a cena do crime, ao recolher o corpo da mulher, e por cárcere privado, por impedir que ela fugisse.

Manvailer está preso desde o final de julho. Ele nega as acusações e afirmou, em depoimento, que a mulher pulou da sacada e que ele tentou impedi-la, mas não conseguiu.

O laudo do IML será anexado ainda nesta quinta-feira aos autos do processo.

IMAGENS

Imagens das câmeras de segurança do edifício, obtidas pela polícia, mostram os momentos que antecederam a morte de Tatiane. Segundo mostram os vídeos, o casal chega ao local em meio a uma discussão, e Tatiane é várias vezes agredida pelo marido.

Antes de entrar na garagem do prédio, o professor para o carro no meio da rua e desfere dois tapas na cabeça da mulher. Pelas imagens é possível ver que ele repete agressões em seguida.

Já no estacionamento do prédio, ele retira Tatiane à força do veículo. Quando consegue retirá-la, ainda a pressiona contra o carro, segurando-a pelo pescoço e a golpeando com mais um tapa no rosto.

Na sequência, enquanto aguardam a chegada do elevador, a mulher tenta fugir. Manvailer corre atrás e arrasta a advogada até o elevador. Ela tenta fugir mais uma vez, parando em outro andar, mas é impedida de descer e sofre novas agressões. Ao chegarem ao quarto andar, o professor a empurra em direção ao corredor, e ela cai.

As câmeras também registraram o momento em que Tatiane cai da sacada. As imagens mostram que o marido foi ao térreo e carrega a advogada de volta, utilizando o elevador. Ele retorna para limpar os vestígios de sangue deixados no trajeto.

Pouco depois das 3h, a polícia chega ao local para averiguar o que teria ocorrido, mas Manvailer consegue fugir pela garagem. ​

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