Certa vez, em uma das internações pelas quais passou enquanto lutava contra os sintomas do lúpus, Miriam Cristina dos Santos sentia fortes dores. No entanto, quando soube que amigos chegaram ao hospital para visitá-la, tratou de pedir ajuda para se arrumar e os recebeu com um largo sorriso.
Segundo familiares e amigos, essa não foi uma cena isolada, já que uma das principais características da jovem, nascida em Caraguatatuba, era ser sorridente e estar sempre de bem com a vida.
“Ela tinha a capacidade de guardar sua dor para si, para tentar transmitir só boas coisas ao próximo. Mesmo quando enfrentava muitas dificuldades, nunca reclamava”, diz a irmã caçula Mikaevelen.
Mirinha, ou Mi, como era chamada pelos amigos próximos, era filha de um casal evangélico e sempre foi muito dedicada à sua fé.
Descobriu que tinha lúpus em 2012, mas não se abateu. Anos mais tarde, em meio à dor, criou na internet o “Diário Lúpico”, uma página no Facebook para a troca de experiências e ajuda para pessoas que convivem com a doença.
“Ela tentava ajudar como podia. Indicava médicos e falava sobre possíveis tratamentos. Às vezes estava chorando de dor, mas parava para dar apoio e atender ligações de outras pacientes que a encontravam no canal”, diz a irmã.
Mirinha gostava muito de estar rodeada de pessoas e festejava a vida. Em 2018 disse ter ficado realizada por participar do aniversário dos seus irmãos e sobrinhos. Muito habilidosa com artesanato, sempre ajudava na decoração.
Trabalhava na área da contabilidade e tinha o sonho de se formar em ciências contábeis, mas teve os planos interrompidos no dia 16 de outubro, quando morreu por falência de múltiplos órgãos, aos 27 anos. Deixa os pais, seis irmãos e seis sobrinhos.
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