Promotoria e mineradoras fecham pacto para indenizar vítimas da tragédia de Mariana

Atingidos por rompimento de barragem da Samarco receberão por danos morais e materiais

Carolina Linhares
Belo Horizonte

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) fechou um acordo na última terça (2) com as empresas Samarco, Vale e BHP para indenizar cerca de 3.000 famílias vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015. 

O rompimento da barragem operada pela Samarco matou 19 pessoas e espalhou rejeito de minério por 650 km de rios, até a foz do rio Doce no Espírito Santo.

Estragos provocados pelo rompimento da barragem no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG)
Estragos provocados pelo rompimento da barragem no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG) - Avener Prado/Folhapress

O acordo encerra uma ação civil pública e uma ação cautelar, mas dá direito à Promotoria de ingressar com novos processos caso seja necessário. O termo foi homologado pela 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da comarca de Mariana.

O acerto prevê reparação por danos morais e materiais e individualização dos valores a serem pagos. Os dados coletados no cadastro dos atingidos serão usados para determinar os danos que cada um sofreu. 

A partir da entrega dos cadastros, a Fundação Renova, criada pelas mineradoras para reparar o desastre, terá três meses para apresentar as propostas de indenização. Depois, há um prazo de um ano para negociações. 

Caso o atingido não concorde com a indenização proposta, poderá acionar a Justiça para pedir o valor que considera adequado. Nesses casos, o acordo assegura a inversão do ônus da prova para garantir os direitos da parte mais vulnerável. 

O acordo ainda ampliou o prazo de prescrição dos direitos dos atingidos, que venceria no próximo dia 5, quando o desastre completa três anos. Agora, eles terão mais três anos para entrar em acordo com as empresas ou acionar a Justiça. 

Participaram da formulação do acordo representantes dos atingidos, a assistência técnica coordenada pela Cáritas e a Defensoria Pública de Minas Gerais.

Para pagar as indenizações, a Samarco poderá utilizar os R$ 300 milhões bloqueados pela Justiça

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.