Doria mantém comandante da PM e diz que atacará crime organizado

Tucano confirma especialista em PCC para Polícia Civil e diz não temer represália de crime

São Paulo

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (30) os nomes dos policiais que irão integrar os comandos das polícias Civil e Militar a partir de janeiro de 2019 e que, segundo ele, serão responsáveis por implementar seu plano de combate ao crime organizado.

Ao lado do general João Camilo de Pires Campos, futuro secretário da Segurança Pública, Doria disse que decidiu manter o atual comandante da PM, Marcelo Vieira Salles, escolhido por Márcio França (PSB) em abril deste ano. Desde então, houve redução dos principais indicadores de violência, em especial os crimes patrimoniais.

O governador eleito também confirmou para a chefia da Polícia Civil o delegado Ruy Ferraz Fontes, um dos principais especialistas na estrutura do PCC, conforme a Folha antecipou na última quinta (30).

O coronel Marcelo Vieira Salles, recém nomeado comandante-geral da Polícia Militar de SP
O coronel Marcelo Vieira Salles, recém nomeado comandante-geral da Polícia Militar de SP - Rafael Hupsel/Folhapress

Atualmente diretor do Denarc (narcóticos), Fontes foi responsável por uma série de operações de combate à facção criminosa desde sua origem. Foi uma equipe comandada por ele, por exemplo, a responsável pela prisão de Marco Camacho, o Marcola, no início dos anos 1990.

O tucano disse que a escolha dos comandantes reforça a prioridade de ações de combate ao crime organizado.

“Seremos implacáveis em relação às facções criminosas. Seja PCC ou qualquer outra facção criminosa em São Paulo. A orientação à Polícia Militar e à Polícia Civil [..] será de combate ao nível máximo.”

Sobre uma possível transferência da cúpula do PCC de Presidente Venceslau para presídios federais, como defende a Promotoria, Doria disse que esse é um assunto a ser tratado por enquanto pelo atual governador, Márcio França, mas que não deixará de tomar médicas enérgicas com receio de represálias.

“Nós não temos nenhum temor com as ações duras que passaremos a exercer a partir de 1º de janeiro em relação às facções criminosas, especialmente o PCC.”

A transferência de chefes da facção, incluindo Marcola, número 1 do grupo criminoso, passou a ser cogitada após a descoberta de um plano de resgaste dos criminosos. 

Nesta sexta, também foram anunciados pelo governador os chamados secretários-executivos da Segurança Pública: pela Civil, o ex-delegado-geral Youssef Chahin, e, pela PM, o ex-comandante-geral e coronel da reserva Alvaro Batista Camilo. 

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