Os moradores da cidade de São Paulo têm percebido um friozinho que vai e volta estranhamente nesta época do ano. Um exemplo ocorreu nesta quinta-feira (8), quando os termômetros tiveram máxima de 20,8°C. O mês de outubro já havia registrado a temperatura média mais baixa dos últimos oito anos.
O frio fora de época do mês passado, por exemplo, se explica pelas seis frentes frias que passaram pelo litoral paulista. Essas frentes fizeram com que a capital recebesse mais ar frio de origem polar do que seria normal para esse período do ano. Junto com as baixas temperaturas, houve mais umidade e nebulosidade, segundo a meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorim.
Ela explica que as frentes frias, vindas da Antártida, podem passar pelas regiões Sul e Sudeste em qualquer época do ano, mas não costumam ser tão fortes. Nesta semana, porém, a última frente fria se espalhou pelo mar e com mais força que o normal para o mês de novembro.
De acordo com dados coletados pelo Instituto Nacional de Meteorologia, localizado na zona norte da cidade de São Paulo, a média das temperaturas máximas registrada em outubro passado foi 24,7 °C. Ou seja, 1,2°C abaixo da média histórica para o mês, que é de 25,9°C. Em comparação, o mesmo período do ano passado registrou média de 27,1°C.
“O efeito dessa massa termina no fim de semana. Sábado já tem uma tendência de rápido aquecimento, domingo mais ainda. Daí vai dar para sentir calor de verdade”, explica Pegorim. “Espera-se que o calor se mantenha na próxima semana, mesmo com a previsão de passagem de uma nova frente fria no dia 15.”
Para Elton Almeida, líder do grupo de previsão do tempo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a temperatura mais baixa não é fora do comum para essa época. A primavera costuma ser um período de transição que pode ter dias mais semelhantes ao inverno ou ao verão.
“Não é atípico, porque estamos na primavera. Nas primeiras semanas de novembro ainda é considerado normal o declínio da temperatura, mas, mais para o final da estação, no meio de dezembro, a tendência é que se assemelhe mais às características do verão”, explica ele.
O frio espichado, porém, não deve ter impacto no verão. Em 2019, a previsão é de ocorrência de El Niño, fenômeno que tende a deixar a região Sudeste mais aquecida.
“O verão pode ter temperaturas acima do normal, porque além do calor, teremos El Niño já a partir de dezembro. A tendência é que não tenhamos mais dias frios. Pode até ocorrer frentes frias, mas com pouca massa de ar polar. Esse processo [de frio] já está terminando, a próxima semana será mais próxima da realidade”, avalia Pegorim.
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