José Marcelo Januário de Araújo aprendeu ainda criança a chutar a bola nos campos de Caiçara (a 143 km de João Pessoa), na Paraíba. A cidade natal foi onde se apaixonou pelo futebol.
O apelido pelo qual seria conhecido a vida toda, Esquerdinha, veio de um amigo, já que era como lateral esquerdo que ele jogava seu melhor. Aos 12 anos, ele começava na base do Santos de Tereré.
Depois, seguiu para o Botafogo-PB. Com salário baixo, chegou a pensar que futebol não era meio de vida e arrumou emprego como carregador de mercadorias e verduras.
Mas, o gramado o chamou de volta a tempo. Esquerdinha passou então por times como Bahia, Atlético-MG, Fluminense, Vitória. Logo, chamou a atenção do futebol europeu e seguiu para ser ídolo no Porto, onde foi campeão português, conquistou a Supercopa e duas Taças de Portugal. O lateral ainda vestiu as camisas do Zaragoza, na Espanha, da Acadêmica, de Portugal, e do Goiás.
Em 2007, voltou ao Botafogo-PB para se aposentar. Depois de perder a filha, Marcela, em um acidente doméstico, Esquerdinha quis ficar perto da família. Mesmo aposentado, seguiu jogando campeonatos amadores em João Pessoa.
No último dia 31 de outubro, seu time disputava as quartas de final de um desses campeonatos. Esquerdinha jogou só sete minutos, no final, mas viu a vitória por 2 a 0, colocando fé no título. No vestiário, passou mal. Morreu após um ataque cardíaco, aos 46 anos.
“Ele era companheiro da família, dos amigos, de quem precisava. Ele até brincava que só ia parar quando morresse e dizia: a vida é que nem uma lâmpada, hoje está acesa, amanhã pode não estar”, conta o sobrinho Cláudio Jr.
Esquerdinha deixa dois filhos, Matheus e Marcelo, a esposa, Claudia, os pais e seis irmãos.
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