Descrição de chapéu Folha Verão

De Jericoacoara à Barra do Chuí, 283 praias estão sempre limpas desde 2016

São 7.491 km de praias, com 1.188 pontos com qualidade da água medida nos últimos anos

Praia da Vitória, na região de Jericoacoara (CE)

Praia da Vitória, na região de Jericoacoara (CE) Gabriel Cabral/Folhapress

Salvador , Rio de Janeiro , Curitiba e Ribeirão Preto

Por caminhos sinuosos, o litoral brasileiro segue desde os manguezais da foz do rio Oiapoque (AP), na fronteira com a Guiana Francesa, até as águas frias das praias do Santa Vitória do Palmar (RS), no limite com o Uruguai. 

São 7.491 km, dos quais 1.188 pontos tiveram a qualidade da água medida nos últimos anos. Mas só 283 estiveram com a água sempre própria em todas as semanas de 2016, 2017 e 2018.

Consulte a situação das praias no país 

Siga a rota, sentido norte-sul, e conheça esses oásis de águas limpas do litoral brasileiro.

O primeiro ponto de parada é na vila de Jericoacoara, no litoral cearense, a oeste de Fortaleza, conhecida pelo seu ambiente aconchegante, com dunas, lagoas, mangues e praias de águas mornas –e limpas.
 
Também no Ceará, destaca-se a queridinha praia de Canoa Quebrada, que fica no município de Acarati e é conhecida por suas dunas e falésias.
 
No Rio Grande do Norte, a rota passa pela praia de Redinha, em Natal. Mas atenção: o trecho bom é apenas o que fica perto das barracas. No trecho preto da foz do rio Potengi a água é classificada como péssima. 

O litoral norte da Paraíba também é conhecido por suas vilas tranquilas e praias de água limpa, desde a Barra do Grajaú, em Mataraca, até a praia de Fagundes, em Lucena.

Em Alagoas, destaque para a Praia do Francês, que fica a cerca de 30 km de Maceió e tem três pontos de medição com águas sempre próprias e convidativas ao banho. 

Na Bahia, são 17 praias que estiveram sempre limpas entre 2016 e 2018 –a maioria está no litoral norte, num trecho de cerca de 200 km, entre a fronteira com Sergipe e até Salvador.
 
Sem nenhuma grande cidade na beira do mar, a região é rodeada de pequenas vilas que vão desde a agitada Praia do Forte até Mangue Seco, cujas dunas inspiraram o escritor Jorge Amado a criar o cenário do romance “Tieta do Agreste”. 

Em Salvador, as praias de Aleluia e do Flamengo, no extremo norte da cidade, estão entre as mais limpas e também entre as mais badaladas do verão na capital baiana.
 
A Baía de Todos-os-Santos também esconde seus paraísos: a praia Ponta de Nossa Senhora, na Ilha dos Frades, é parada obrigatória para quem faz passeios de lancha ou escuna saindo das principais marinas de Itaparica ou Salvador.

ROTA NORTE-SUL 

No estado do Rio de Janeiro, um a cada cinco pontos monitorados foi considerado sempre bom – 58 de um total de 277. Um deles fica na praia de Itacoatiara, espremida entre dois morros em Niterói, com apenas uma entrada.

“Já vi golfinho e também tem tartaruga, peixe e até orca”, conta a bióloga Mariana Alonso, 37, que morou no bairro por cinco anos e ia na praia para surfar. A região, residencial, é palco de torneios do esporte. “A água só não fica transparente quando a corrente muda.”

Chegando ao litoral paulista, são 41 de 174 pontos de medição com qualidade boa, a maioria no litoral norte, em praias como Ubatuba, São Sebastião, Caraguatatuba e Ilhabela.
 
Entre esses pontos há praias muito procuradas por turistas, como Juqueí, de água clara e que abriga em seu entorno muitos restaurantes, em São Sebastião.

A praia da Baleia também está na lista. Ela leva esse nome por ficar em frente à Ilha da Baleia e é mais procurada por famílias em busca de descanso, já que fica em uma zona residencial.

As demais praias limpas estão em Bertioga, Guarujá, Ilha Comprida e Iguape. Nessas duas últimas, menos movimentadas, as medições acontecem somente uma vez por mês.
 
No litoral paranaense, a Ilha do Mel destaca-se como santuário ecológico com três trechos avaliados como bons ao longo dos últimos anos, tanto na praia de Brasília quanto em Encantadas. 

A maior parte do território da ilha é área de conservação, de acesso restrito. A entrada de turistas é limitada, e não se pode usar carro nem moto –apenas bicicleta ou barco. O limite de visitação é de 5.000 pessoas por dia, o que ajuda a preservar a qualidade ambiental.

Em Florianópolis, cinco trechos permanecem incólumes em balneabilidade: Praia Brava, Praia da Solidão, Praia do Forte, Praia Mole e Santinho.

Mesmo durante a temporada, elas foram avaliadas como próprias para banho ao longo dos últimos três anos e têm a preferência de moradores da ilha. “Às vezes, o mar fica até transparente de tão limpo”, diz a dentista Anita Nogiri Makowiecky, 39, sobre a Praia Mole.

Frequentadora há dez anos, ela a considera uma das mais bonitas do litoral catarinense, tanto pela qualidade da água quanto pela beleza natural. Praia do Forte também é outra de suas preferidas. De águas calmas, sem ondas, é um bom lugar para crianças.

Seguindo no trecho final da jornada, no Rio Grande do Sul, são 35 pontos de medição de praias próprias para banho nos últimos três anos.
 
As opções vão desde as praias de Torres, com seus paredões rochosos, no extremo norte do estado, até a praia da Barra do Chuí, em Santa Vitória do Palmar, cidade que abriga o povoado mais ao sul do Brasil. 

Um pouco acima está a praia do Cassino, que, com seus 220 km de extensão, é reconhecida pelo “Guinness Book” como a maior praia do mundo.

Cercada pela estação ecológica do Taim e Lagoa da Mangueira, tem difícil acesso, leões-marinhos na faixa de areia, além de águas geladas e agitadas, mas sempre limpas.
 
Vai encarar? Bom mergulho.


Entenda a classificação:

Boa: própria em 100% do tempo
Regular: imprópria em até 25% do tempo
Ruim: imprópria entre 25% e 50% do tempo
Péssimo: imprópria em mais de 50% do tempo

JÚLIA BARBON, ESTELITA HASS CARAZZAI , MARCELO TOLEDO , JOÃO VALADARES E JOÃO PEDRO PITOMBO​

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