Protesto contra reforma da previdência de SP tem confusão e bombas em frente à Câmara

Guardas municipais lançaram bombas em manifestantes, que jogaram pedras e derrubaram portão

Fabrício Lobel
São Paulo

O protesto de servidores municipais contra a reforma da previdência paulistana teve confusão e confronto na tarde desta quarta-feira (26) em frente à Câmara Municipal, no centro de São Paulo. 

A Guarda Civil Metropolitana, ligada à gestão Bruno Covas (PSDB), utilizou bombas de efeito moral contra manifestantes que desde a manhã faziam pressão contra a votação da proposta. Participantes do protesto jogaram lixo, pedras e garrafas de vidro contra os guardas e no prédio do Legislativo municipal.

Um dos portões de acesso à Câmara foi derrubado, e um grupo de GCMs tentou barrar a entrada dos manifestantes na Casa. 

A confusão ocorreu enquanto vereadores analisavam propostas de alteração do projeto de reforma da previdência dos servidores. O texto foi aprovado em primeira votação na última sexta-feira (21). A segunda votação é prevista para ocorrer nesta quarta —em seguida, a proposta deve seguir para sanção de Covas.  

No começo da tarde, foram disparadas inicialmente três bombas contra os manifestantes, que em sua maioria são vinculados a sindicatos de servidores municipais. 

 
 

Em meio à confusão e à derrubada de um dos portões de acesso à Câmara, manifestantes lançaram objetos contra os GCMs, que continuaram lançando bombas de efeito moral.

Em nota, a assessoria de imprensa da Presidência da Câmara afirmou que a Guarda Civil Municipal apenas reagiu aos manifestantes, tanto que o portão de entrada do prédio foi derrubado.

 

PROPOSTA

Prioridade da gestão Bruno Covas (PSDB), a proposta da reforma da previdência paulistana prevê aumentar a alíquota de 11% para 14% para os servidores e estabelece um sistema de previdência complementar para quem ganha acima do teto de aposentadoria (R$ 5.645,80) do INSS.

Na madrugada do sábado (22), a Câmara Municipal aprovou, em uma sessão marcada por empurra-empurra e troca de acusações entre vereadores, a reforma em primeira votação.

Para que seja implementado, o projeto ainda precisa passar por segunda votação na Câmara, o que deve acontecer nesta quarta-feira (26), e ser sancionado pelo prefeito.

Entre os 55 vereadores, 33 votaram favoravelmente e 16 se manifestaram contra. O projeto precisava de 28 votos para ser aprovado. Os vereadores Camilo Cristófaro (PSB), Celso Jatene (PR), Conte Lopes (PP), David Soares (DEM), Patrícia Bezerra (PSDB) e Ota (PSB) não compareceram à votação.​

 
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