Filho de João de Deus é preso sob suspeita de coagir testemunhas

Prisão de Sandro Teixeira de Oliveira foi cumprida neste sábado pela Polícia Civil de Goiás em Anápolis

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Nathan Lopes
São Paulo | UOL

Um dos filhos do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi preso após decisão do TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás).

A decisão contra Sandro Teixeira de Oliveira foi tomada na sexta-feira (1º) pela juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia (GO). A prisão foi cumprida neste sábado (2) pela Polícia Civil de Goiás. Oliveira foi preso em sua residência, em Anápolis (GO).

Sandro Teixeira Oliveira, filho do médium João de Deus, preso em Anápolis (GO)
Sandro Teixeira Oliveira, filho do médium João de Deus, preso em Anápolis (GO) - Divulgação/Polícia Civil

A prisão foi determinada por "coação e corrupção de testemunhas", segundo o Tribunal. O médium, que já está em reclusão, também teve nova ordem de prisão expedida pelos mesmos motivos.

Em nota, o advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse que desconhecia o pedido de prisão e suas razões e, por isso, não poderia se manifestar no momento. 

Segundo o TJ-GO, a prisão do filho do médium foi uma decisão de ofício da magistrada, sem ter sido solicitada pelo MP-GO (Ministério Público de Goiás). O processo está sob sigilo, mas a prisão teria sido decretada para garantir condições de seguir com a "instrução penal".

Oliveira havia sido denunciado pelo MP no final de janeiro. Segundo a Promotoria, o filho do médium estava armado quando coagiu uma testemunha um dia após ela ter comparecido à delegacia. Além da coação, o MP afirma que Sandro ofereceu "vantagens para obter o silêncio dessa testemunha, oferecendo pedras que seriam preciosas".

Quando ofereceram a denúncia, os promotores alegaram que era "possível perceber que havia uma rede de proteção em torno do réu João de Deus". "Desse modo, além de lutar contra a vergonha de apresentar a denúncia de um crime sexual, as vítimas poderiam sofrer ameaças", indicou o MP em nota na época.

Para Oliveira, o MP não pediu sua prisão, mas medidas cautelares, como "a proibição de manter contato com as vítimas, de sair da comarca e a necessidade de comparecimento em juízo". Os promotores indicaram que a intenção era garantir que fosse garantido às vítimas de prestarem esclarecimentos sobre as denúncias.

João de Deus está preso desde dezembro acusado de crimes sexuais durante atendimentos espirituais que realizava em Abadiânia. A defesa e o médium negam as acusações.

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