Preso há quase um mês, João de Deus vira réu por crimes sexuais

Juíza de Goiás aceitou denúncia contra médium oferecida pelo Ministério Público

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Guilherme Mazieiro
São Paulo | UOL

O médium João de Deus se tornou réu nesta quarta-feira (9) pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual. A juíza Rosângela Rodrigues dos Santos aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás.

Em nota, o advogado Alberto Toron, que defende o médium, disse que ainda não foi notificado da decisão, mas de que a defesa e o cliente estão serenos e confiantes na Justiça. "De qualquer modo, é importante esclarecer que se trata de uma decisão provisória, sujeita à confirmação após a apresentação da resposta à acusação", pontuou Toron.

João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro em Goiânia e nega as acusações. Ele é investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual e posse ilegal de arma. A denúncia da Promotoria foi oferecida à Justiça no dia 28 de dezembro.

Em dezembro, operações da Polícia Civil apreenderam armas e dinheiros em endereços ligados ao médium. Desde que as primeiras denúncias vieram à tona, divulgadas pela TV Globo, a Promotoria montou uma força-tarefa junto à Polícia Civil para apurar as denúncias dos abusos cometidos pelo médium e recebeu ao menos 500 acusações de mulheres contra João de Deus.

DENÚNCIA

A denúncia encaminhada pelo Ministério Público de Goiás contra João de Deus no dia 28 de dezembro refere-se a dois crimes de violação sexual mediante fraude e dois estupros de vulneráveis supostamente praticados pelo médium durante atendimentos em sua casa espiritual em Abadiânia, no interior de Goiás.

Os fatos ocorreram em 2018, segundo a promotora ​Gabriella de Queiroz –entre os meses de abril e outubro.

Mas a denúncia, que foi protocolada no dia 28 de e corre em segredo de justiça, contém os testemunhos de 19 mulheres, que relataram situações de abuso sexual ocorridas entre 1975 e 2018.

Dez desses casos estão prescritos, e cinco estão sob investigação. Todas as mulheres, porém, foram listadas como testemunhas.

“São depoimentos críveis, muito homogêneos. Grande parte das vítimas consegue provar que esteve no local, que passou por atendimento”, afirmou Queiroz à epoca. “Há laudos de profissionais, há pessoas que acompanharam as visitas e ouviram desabafos.”

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