Os filhos de Antonieta perguntaram a ela qual era o segredo para viver cem anos. Serena, ela respondeu: “Muito trabalho e reza”.
Teve as duas coisas em abundância durante sua vida. Nascida e criada em Nuporanga, cidade do interior de São Paulo com pouco mais de 8.000 habitantes, Baruca, como era conhecida, sempre cuidou da casa, da fazenda e dos nove filhos.
Reunir a família era o maior de seus prazeres. Se algum dos parentes fosse embora da sua casa sem ousar dizer quando voltava, ela insistia até conseguir a resposta que queria. E ai de quem demorasse a retornar.
Gostava de receber as pessoas com a mesa cheia: pão caseiro, macarronada com frango e doces diversos eram presenças garantidas no almoço de domingo. O dia também era marcado pela missa, que frequentava todas as semanas e sentava nas primeiras fileiras.
Quando ficou viúva, em 1997, disse que não acreditava que aguentaria viver sozinha por muito mais tempo. Foram quase 22 anos.
Não tinha o costume de reclamar de nada, fora o calor e uma dorzinha aqui e ali. Mas avisava que sentia seu coração fraco, como uma “vela que está prestes a apagar”.
Na última terça-feira (12), contou ao filho, Camilo, que queria “ir morar com Deus, para passar o dia todo rezando”.
No dia seguinte, foi atendida —a vela apagou. Completaria 101 anos em maio. Deixa nove filhos, 14 netos e 12 bisnetos.
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