Waldo começou como começam os meninos da periferia: jogando bola num campo de terra batida, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.
Ainda novo foi levado para o extinto e sem expressão Fluminense de Niterói. A pobreza, no entanto, o fez se alistar ao completar a maioridade. Foi parar na Marinha, mas não deixou os dribles de lado.
Até o dia em que o Fluminense Football Club marcou um jogo-treino contra os fuzileiros navais e lá estava Waldo —o atacante que o tricolor precisava. Assim, começou a carreira profissional, em 1954.
Pelo time, em 413 jogos Waldo balançou a rede 319 vezes. Ninguém fez mais gols vestindo as três cores que ele. O mais impressionante: nenhum foi de pênalti.
Num ano, marcou 69 gols —o maior número alcançado por um jogador numa só temporada do Fluminense. Com o time, conquistou dois títulos do Rio-São Paulo, dois do Torneio Início e um do Carioca.
Em 1961, Waldo jogou pela primeira vez em Valência, na Espanha, com o tricolor. Após a partida, o presidente do clube espanhol mandou que viessem ao Brasil para contratar o atacante que faria história também com a camisa do time europeu.
Por lá, ele marcou 160 gols —é o segundo do ranking de artilheiros. Com o Valencia, Waldo foi campeão da Copa das Feiras, a atual Liga Europa, e da Copa do Rei.
"A família tinha DNA do futebol", conta o autor da biografia de Waldo, Valterson Botelho. Ao menos quatro parentes jogaram profissionalmente. Em 2012, no lançamento do livro, foi a última vez que ele veio ao Brasil.
Há cinco anos, Waldo, sofria com o Alzheimer e vivia numa clínica na Espanha. Ele morreu no dia 25 de fevereiro, aos 84 anos. O jogador deixou quatro filhos, sete netos e um irmão.
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