Os presos mais famosos de Tremembé, presídio no interior de São Paulo, entre eles Alexandre Nardoni, deixaram juntos à prisão na tarde desta quarta (26) para participar de uma audiência no fórum de São José dos Campos (SP).
O grupo foi apresentado à juíza Sueli Zeraik, que apura circunstâncias de entrevistas concedidas pelos presos ao também detento Acir Filló, 47, ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos (SP), autor do livro “Diário de Tremembé – O presídio dos Famosos” que relata a rotina do presídio conhecido por receber celebridades no mundo do crime.
Além de Nardoni, condenado pelo assassinato da filha em 2008, também foram levados ao fórum Lindemberg Alves (assassinou a namorada Eloá, em 2008) Cristian Cravinhos (conhecido pela morte dos pais de Suzane von Richthofen, em 2002) e Guilherme Longo (suspeito de matar o enteado Joaquim, em 2013).
Também estavam no “bonde” Gil Rugai (condenado pela morte do pai e da madrasta em 2004), Mizael Bispo de Souza (condenado pela morte de Mércia Nakashima, em 2010) e o menos famoso do grupo, Carlos Sussumu Hasegawa.
Segundo a Folha apurou, foram justamente declarações feitas por esse último uma das principais causadoras da apuração interna.
O médico está no capítulo Roger Abdelmassih, com o subtítulo “A fraude de Abdelmassih”. Segundo o gastroenterologista formado pela USP e preso por extorsão, ele teria ajudado o médico condenado por estupros a enganar os médicos para conseguir prisão domiciliar. Para tanto, Hasegawa diz ter administrado ao colega remédios que aumentaram a pressão arterial.
Filló, que é jornalista, passou a registrar o dia a dia do presídio no interior de São Paulo desde que chegou ali, em abril de 2017, e a entrevistar celebridades do crime.
De todos os presos, o detento-repórter diz em obra que é “Nardoni é o mais ‘notável’ entre os midiáticos que estiveram ou ainda cumprem pena no presídio mais famoso do país. Ele é o mais procurado e, ao mesmo tempo, o menos visto no IRT [presídio]. Discreto e introspectivo, foi o personagem mais difícil de entrevistar”, diz o livro.
Ao detento-repórter, Nardoni repetiu a versão que mantém desde março de 2008, segundo a obra: “Não matei minha filha, mas ninguém se interessa em descobrir a verdade”.
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