Detento morre em presídio com condenados da Lava Jato

Preso por roubo tinha marcas de agressão; inquérito policial foi instaurado

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Curitiba

Um detento do CMP (Complexo Médico Penal do Paraná) morreu na manhã desta segunda-feira (26). Willian Ribeiro Machado, de 38 anos, estava preso por roubo desde dezembro do ano passado e foi encontrado por agentes penitenciários com marcas de agressão.

O Depen (Departamento Penitenciário do Paraná) informou que os agentes ouviram outros detentos pedindo socorro por volta das 10h30. Ao chegar a cela, encontraram o preso caído. O órgão não informou se ele já estava morto ou chegou a ser atendido com vida.

 

O CMP, localizado na região metropolitana de Curitiba, abriga presos da operação Lava Jato, que ficam numa ala improvisada do presídio, afastada de outros detentos. A morte ocorreu na galeria 2 do complexo.

No último dia 16, presos do CMP tentaram fazer um agente penitenciário refém na 3ª galeria e deixaram dois funcionários feridos. A situação foi controlada.

A Folha apurou que, na ocasião, o local contava com 980 detentos, sendo que tem capacidade para 659 pessoas.

Na época, o Depen informou que a galeria onde houve o motim tem capacidade para 100 pessoas e contava com 102 presos, afirmando que o local não estava superlotado. Questionado sobre os números de toda a penitenciária, no entanto, não respondeu.

A Folha mostrou que, com a superlotação, uma ala do hospital penitenciário, que pertence ao complexo, foi improvisada para abrigar 38 presos por crimes “de colarinho branco”, incluindo os detidos pela Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu, mas também de outras operações, como o ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, o Bibinho, condenado por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Assim, os detentos da operação estariam distantes das galerias onde a situação foram registradas as ocorrências.

No dia 16, o SINDARSPEN (Sindicato de Agente Penitenciários do Paraná) reclamou do número de funcionários no sistema penitenciário do estado. O órgão reclama a falta de contratação de novos agentes por parte do governo.

Há 4.131 vagas, mas apenas 3.069 estão preenchidas atualmente. Segundo o sindicato, além dos postos remanescentes, seria necessária a contratação de mais 4.300 funcionários para atender a atual demanda de 21 mil presos no Paraná.

 
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