O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu, nesta sexta (3), as obras de intervenção urbanística no Vale do Anhangabaú, na região central da cidade.
O órgão acatou o pedido da Associação Preserva São Paulo. A entidade alega que a Prefeitura não colocou o projeto em discussão com a sociedade e não realizou estudos de impacto ambiental e do patrimônio histórico, sem levar em consideração a história do centro da capital paulista.
A associação diz também que a presença de um espelho d’água e dos jatos, segundo constam no projeto, seria um risco à saúde pública, devido à possibilidade de propagação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.
A dificuldade para manter a água limpa embutiria ainda uma ameaça de transmissão de hepatite A e leptospirose, entre outras doenças.
A associação alega que falta divulgar informações sobre a quantidade de árvores derrubadas, prazos, processo de licitação e justificativa para a obra.
A gestão Bruno Covas (PSDB) anunciou a reforma para a construção do Parque Anhangabaú em junho de 2019 com prazo de um ano para término, ao custo de R$ 80 milhões.
A proposta de obra havia sido feita na gestão do petista Fernando Haddad, a partir de um projeto de intervenção que começou a ser desenhado em 2013 e tinha previsão de ficar pronto em 2016.
O projeto prevê a instalação de jatos d'água, 1.500 assentos, bebedouros, sanitários, quiosques de comércio, floriculturas e uma ludoteca —lugar que incentiva a aprendizagem através de objetos lúdicos, 125 novas árvores e a instalação mais de 350 pontos de iluminação.
Outro lado
Procurada, a Prefeitura de São Paulo disse que não foi notificada da decisão.
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