Atrás da voz grave e do jeito bravo, o ex-vereador Carlos Mantovani Calejon tinha um coração gigantesco que se solidarizou com os problemas de muitos moradores de Santos (72 km de SP), sua cidade natal.
Segundo o filho, o funcionário público Maurício Orlandi Mantovani, 52, ele sempre se colocava no lugar do outro. “Meu pai era muito generoso. Recebia todos que o procuravam em seu gabinete. As filas eram grandes. Foram muitos pedidos de medicamentos, empregos e até doações de roupas atendidos”, diz.
A carreira política durou sete mandatos como vereador.
Transitou por partidos como o PMDB, PTB e o PPB, e exerceu diversos cargos como o de vice-presidente do Poder Legislativo, presidente da Câmara Municipal de Santos e de várias comissões permanentes.
“Quando criança, passava os domingos com meu pai nos morros. Ele visitava as comunidades e almoçava na casa das famílias”, lembra o filho Maurício.
Além da política, Calejon gerenciava a própria imobiliária. Os momentos de folga eram dedicados ao mar, em passeios de lancha, e à família. “Perdi meu pai e também meu melhor amigo.”
Por causa de problemas de saúde, aposentou-se há quatro anos. “Meu pai, mesmo adoentado e fragilizado, ainda ajudava pessoas que o procuravam.”
“Ele tinha uma marca registrada de que compromisso assumido era compromisso cumprido. Amigo leal! Combateu o bom combate, encerrou a carreira e guardou a fé!”, afirma o amigo, o presidente do diretório municipal do MDB, Antonio Carlos Banha Joaquim.
Carlos Mantovani Calejon morreu dia 19 de setembro, aos 81 anos, por complicações cardíacas e pulmonares. Deixa a esposa e três filhos.
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