A personalidade forte de José Slinger sempre sobressaía para o bem. Por um lado, era revolucionário e batalhador; por outro, o melhor marido, pai e amigo com quem aqueles que o conheceram tiveram o privilégio de conviver.
No dia 11 de outubro, uma pneumonia tirou do Direito o advogado cível Slinger, morto aos 87 anos.
Ele veio de uma família simples, de imigrantes poloneses. Chegaram ao Brasil e recomeçaram a vida do zero.
Por meio do trabalho, Slinger chegou à faculdade de Direito da PUC, onde estudou entre os anos de 1953 e 1957. O bairro do Bom Retiro (centro) serviu de cenário para início da história de amor com a esposa. A união durou 67 anos.
Enquanto presidente da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), lutou contra o aumento de taxas escolares. Foi preso e fichado no Dops (Departamento de ordem e Política Social) como agitador, mas liberado por uma comissão de políticos comandada pelo Jânio Quadros.
"Meu pai conquistou a meia entrada para os estudantes. Era o orgulho dele", conta a filha, a designer gráfica Silvia Regina Slinger Rettmann, 60. Segundo ela, o poeta Castro Alves o inspirava nos momentos de batalha.
Em 1959, recém-formado, Slinger foi à Nigéria, credenciado pela associação dos advogados para representar a entidade em um congresso de juristas africanos. Lá, o então presidente Nnamdi Azikiwe o recepcionou.
Quando completou 70 anos, lançou o livro de memórias, "Marcando um lugar no Mundo". Até o ano passado, era integrante da comissão de ética da OAB.
José Slinger deixa esposa, três filhos, três netos e quatro bisnetos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.