Graças ao dom para a comunicação, Hércules Santos emprestava sua voz para narrar as partidas de futebol dos grandes times brasileiros, principalmente daquele que morava em seu coração, o Atlético-MG.
Nasceu em Belo Horizonte (MG), onde se formou em jornalismo. O pai era locutor e tinha o sonho de narrar futebol, fato que o ajudou a escolher o rádio como profissão.
A primeira narração foi em 2002, no jogo Atlético-MG contra o Sport pela Copa do Brasil.
A esposa, a professora Daniela Cristina Dias dos Santos, 41, conta que ele se esforçava muito para esconder a predileção pelo time —revelada somente após a sua morte. Hércules era considerado referência na comunicação esportiva em Minas Gerais.
“Seu sorriso e coração eram tão grandes quanto o campo de futebol. Meu marido foi um cara bom, generoso e humilde, uma pessoa sempre disponível”, diz Santos.
Quando a bola não rolava em campo, a música tomava conta dos seus momentos de lazer. O casal tinha uma banda de rock e estava planejando voltar aos palcos. “Ele amava rock e blues”, afirma Santos.
A guitarra eletrizante ganhava vida nas mãos de quem queria encantar com os riffs ou com a narrativa empolgante de um jogo de futebol. Não foi possível.
A anemia falciforme deu força à pneumonia e o juiz apitou o final do jogo.
“Ele já sabia que não passaria dos 45 anos e sempre me preparou para a sua morte. As camisas do time do coração serão entregues às crianças quando estiverem adultas. Foi um dos pedidos que fez.”
Hércules Santos morreu no dia 3 de outubro, aos 45 anos. Deixa esposa e dois filhos, de 1 e 3 anos.
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