Governo de SP deve mandar líderes de rebeliões para presídios federais

Ao todo 1.389 escaparam em três unidades de regime semiaberto; suspensão de 'saidinha' é apontada como causa

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São Paulo

Os presos que lideraram as rebeliões em quatro unidades prisionais em São Paulo na tarde desta segunda-feira (16) deverão sofrer internações em regime disciplinar diferenciado —em que fica isolado na própria cela por até 22 horas, não tem visitas íntimas e até o banho de sol é monitorado. Alguns podem ser enviados para o sistema penitenciário federal, segundo o governo paulista.

De acordo com o secretário da Administração Penitenciária, Nivaldo Restivo, o nome de todos os fugitivos serão comunicados à Justiça que, provavelmente, determinará a regressão de regime desses detentos —todos são do regime semiaberto e voltar para o regime fechado.

Presos fogem de unidade em Mongaguá
Presos fogem de unidade em Mongaguá, no interior de São Paulo - Reprodução

“Paralelamente a isso, nós vamos instruir procedimento para inclusão em Regime Disciplinar Diferenciado daqueles que atentaram contra a segura dos nossos servidores e, dependendo da gravidade, nós vamos pedir, inclusive, internação em unidade do sistema federal. Avaliando caso a caso”, disse o secretário.

Essas transferências ocorrem por determinação da Justiça, quando há solicitação do governo paulista ou do Ministério Público, como ocorreu com Marco Camacho, o Marcola.

Um dos casos mais graves ocorreu na penitenciária de Mongaguá, cidade a cerca de 97 km de São Paulo, onde 577 detentos fugiram, e nove servidores foram feitos reféns pelos criminosos.

Ao todo, fugiram do sistema 1.389 detentos e 556 foram recapturados até agora.

Todas as prisões rebeladas estão superlotadas. No CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Mongaguá, no litoral, a capacidade é de 1.640 presos, mas estão lá hoje 2.796 detentos. A penitenciária Mirandópolis II, no interior, abriga quase o dobro de presos. Em Porto Feliz, o CPP tem 700 detentos a mais, assim como no CPP de Tremembé, que deveria ter no máximo 2.672 preso, mas tem 3.006.

A única unidade sem fuga foi Mirandópolis.

O governo nesta tarde também contabilizou 11 foragidos na penitenciária de Sumaré, com quatro recapturados até o momento. ​

Ainda segundo Restivo, os presos de rebelaram logo após serem informados da determinação da Justiça paulista de suspender a saída temporária de quase 35 mil presos previstas para começar nesta terça-feira (17) e com retorno previsto para o próximo dia 23.

A decisão de suspender essa saída ocorreu por conta do risco de contaminação dessa população pelo coronavírus. “É um problema de saúde pública que poderia afetar a população de São Paulo como um todo. Não só aquele que saiu se infectou e voltou. E diante disse, de comum acordo com o Poder Judiciário, nós entendemos que a melhor saída para o interesse público, sobrepondo o interesse individual, a melhor saída da suspensão temporária da concessão desse benefício”, disse.

O secretário nega ter havido uma ordem de alguma liderança criminosa para essa rebelião. “Não houve salve nenhum. Isso é um movimento de insatisfação. Não é salve mandando virar ou quebrar. É um movimento de insatisfação à parti do momento que receberam a notícia da suspensão da saída.”

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