Descrição de chapéu Coronavírus

Bicicletas compartilhadas livram de ônibus cheio, mas é preciso cuidado

Empresas reforçam limpeza contra coronavírus; patinetes compartilhados foram recolhidos

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São Paulo

A bicicleta se tornou a principal aliada do vendedor de salgados Jean Araújo, 20, para se locomover de maneira minimamente segura contra o novo coronavírus. Como não pode ficar em casa e precisa trabalhar, pega uma bicicleta pública para percorrer diariamente os 5 km entre o Cosme Velho, na zona sul do Rio, onde mora, até a Glória, onde trabalha.

"No transporte público, mesmo com poucas pessoas, quando alguém espirra ou tosse o vírus pode se espalhar e nem todos lembram de higienizar as mãos. Segurar nas barras dos ônibus é inevitável em algumas ruas", diz.

Mas, como são usadas por muita gente, as bicicletas públicas também estão sujeitas à contaminação. O que não assusta Jean, que sai de casa preparado: "Antes de desbloquear, eu higienizo o banco, guidão e freio com álcool, e no final da viagem passo álcool em gel nas mãos”, conta ele, que diz ainda que costuma higienizar a bicicleta depois que a devolve, para o próximo usuário.

Estudo publicado em março na revista científica New England Journal of Medicine relatou que em materiais como plástico e aço inoxidável o novo coronavírus pode permanecer vivo por até três dias, ainda que em quantidades muito pequenas. Uma carga viral mais perigosa foi detectada em até 24 horas após o início do experimento.

A boa notícia é que, com um pano, álcool ou água sanitária, e cuidado com as mãos, é possível reduzir esse risco. Por isso, quem precisa sair de casa e prefere usar uma bicicleta compartilhada deve sempre limpar as superfícies antes de usar o veículo.

A Tembici, que opera o Bike Rio, serviço de compartilhamento de bicicletas usado por Jean, além do Bike Sampa, em São Paulo, e de outras capitais, diz que reforçou os procedimentos de higienização tanto das bicicletas como das estações.

Todos os dias as bicicletas são lavadas nos galpões com cloro diluído em água, e são limpas nas estações com ácool 70%.

A empresa reduziu em 50% a quantidade de veículos disponíveis “para minimizar o contato dos seus trabalhadores de logística e manutenção com o ambiente público, e vai adaptar a oferta ao aumento gradual de uso, se necessário”.

A companhia diz, no entanto, que faz campanha para que os usuários não utilizem as bicicletas caso não seja necessário e que fiquem em casa. Desde 1º de abril, usuários cadastrados que não usarem as bikes não são cobrados.

A operação da Tembici na Argentina, que por lá se chama Ecobici, foi proibida durante a pandemia. Por outro lado, a Citi Bike, serviço de bicicletas públicas de Nova York, disse no mês passado que houve um aumento de 67% da demanda durante a epidemia do novo coronavírus.

Já os serviços de patinetes compartilhados, que demandariam o mesmo cuidado, foram descontinuados.

A Uber suspendeu a operação desses veículos menos de um mês depois de lançá-la na cidade, para “proteger a comunidade de usuários e nossa equipe de campo”, informou a empresa à reportagem.

A Grow, líder do segmento de patinetes, antes de suspender o serviço em SP, no Rio e em Curitiba no último dia 20, estava isentando usuários da taxa de desbloqueio e tinha criado um protocolo de desinfecção. Agora, além das cidades brasileiras, também suspendeu o serviço na Colômbia e no Peru.

É preciso tomar cuidado também com o serviços de carros compartilhados.

A Turbi, que aluga carros por hora por meio de aplicativo, passou a lavar os veículos duas vezes por semana (contra uma média de 1,5 vezes antes da pandemia), e a intensificar a higienização nos pontos de contato como volante, câmbio, freio de mão e console.

A empresa também passou a colocar sachês de álcool em gel nos porta-luvas para os motoristas.
Além disso, a startup passou a dar viagens gratuitas para profissionais de saúde durante a pandemia. Nesses casos, assim que o trabalhador devolve o carro, o veículo é higienizado.

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