Quando o assunto era culinária, Alice Machado de Andrade não perdia para ninguém. Caprichosa, executava pratos típicos de vários países, como a Síria, de onde vinha a família do marido, Nelson Moisés de Andrade.
"Tia Alice me incentivou a cozinhar. Vendo que eu me interessava, me punha a fazer tarefas que uma criança podia fazer na cozinha, como descascar nozes para a torta de Natal", conta o jornalista Fabio Pagotto, seu sobrinho.
Além da cozinha, outro cômodo da casa de Alice a encantava. Em sua biblioteca se achava de tudo. As obras eram mais um motivo para unir a família, já que todos trocavam livros.
Alice nasceu em São José do Rio Preto (438 km de SP). Era a quarta de seis filhos do casal Avelino Abílio Machado e Luzia Pedroso Machado.
Aos seis anos, a família mudou-se para São Paulo quando o pai conseguiu emprego como técnico de refrigeração na fábrica da Brahma, no Paraíso (zona sul de SP).
Ela estudou secretariado, mas nunca exerceu a função. Casou-se com o amor da adolescência em 1959. Nelson chegou a ter cinco papelarias e uma gráfica, mas abriu falência alguns anos depois.
Assim, a habilidade culinária de Alice virou profissão. Com a irmã, fez banquetes e festas para ajudar a família.
Alice era guerreira. Dona de personalidade forte, inteligência, humor ácido e excesso de doçura.
Sua casa era a sede das festas familiares. Amava os sobrinhos e netos e por isso os mimava preparando os pratos favoritos de cada um.
Há tempos, Alice Machado de Andrade andava doente, com pressão alta, diabetes e demência senil. Ela morreu dia 3 de julho. Viúva, deixa três filhos e três netos.
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