Descrição de chapéu Obituário Celinda Fidelisa Fernández Aguilera (1938 - 2020)

Mortes: Dedicou-se à saúde pública e busca por justiça social

A chilena Celinda Fidelisa Fernández Aguilera vivia no Brasil desde 1977

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São Paulo

A enfermeira Celinda Fidelisa Fernández Aguilera nasceu em Viña del Mar, no Chile, mas espalhou sua generosidade com mais afinco no Brasil.

Formada pela Universidade do Chile, onde também lecionou, chegou ao Brasil em março de 1977, com o marido, o artista plástico e professor Ángel San Martín e os três filhos após perseguição do regime militar chileno instaurado com o golpe de 11 de setembro de 1973.

Em São Paulo, Celinda e a família receberam ajuda do então arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns e foram acolhidas pela Pastoral do Imigrante da Igreja Nossa Senhora da Luz, no Glicério (centro).

Celinda Fidelisa Fernández Aguilera (1938-2020)
Celinda Fidelisa Fernández Aguilera (1938-2020) - Arquivo pessoal

Como enfermeira atuou na Santa Casa de Misericórdia por 15 anos. Outros mais de 15 anos, dedicou-se ao atendimento de saúde domiciliar em uma das equipes do programa Saúde da Família, em Pirituba (zona oeste).

Através deste trabalho, visitou famílias em situação de vulnerabilidade social até os 80 anos. Celinda deixou exemplos de amor e dedicação cada vez que subia um morro para chegar aos pacientes.

Preocupava-se em oferecer um atendimento de saúde de qualidade e também com a justiça social.
Orgulhava-se por ter apresentado em um congresso, em Cuba, um trabalho sobre aleitamento materno e redução das doenças na primeira infância.

Celinda reuniu as passagens mais relevantes de sua trajetória no livro Pedaços de Vida, publicado em 2019 com lançamento no Brasil e no Chile. Entre as lembranças, está uma viagem à Cordilheira dos Andes feita com a neta Gabriela Samira San Martín Lahud, morta em dezembro de 2012, aos 22 anos, após transplante do coração.

Celinda viveu para a família e o trabalho. O filho, o advogado e professor German San Martín, 49, conta que ela fazia qualquer coisa pelos netos. A eles ensinou lições práticas da vida, sempre com carinho. Aos filhos, aconselhava atenção nas oportunidades que batiam na porta.

Celinda Fidelisa Fernández Aguilera morreu dia 3 de julho, aos 82 anos, de insuficiência respiratória. Seu quadro de saúde já estava agravado por causa de um AVC. Viúva, deixa três filhos, cinco netos e uma bisneta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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