Os quase 30 anos no Brasil fizeram do fotógrafo italiano Maurizio Longobardi uma das figuras mais importantes da cultura e do entretenimento de São Paulo.
Longobardi atribuiu charme e sofisticação à noite paulistana ao comandar espaços badalados com propostas musicais ousadas.
Vindo de Milão, em 1989, Maurizio desembarcou no Brasil para rodar o documentário “O Brasil Grande e os Índios Gigantes”.
O sucesso e o reconhecimento vieram quando se tornou empresário da noite. As casas Brancaleone (primeiro bar voltado à black music de SP), Grazie a Dio e Studio SP, entre outros, marcaram época.
“O Maurizio nunca perdia a ternura, apesar de parecer durão. Era um cara muito presente, atento aos acontecimentos e nunca se furtava a dar uma opinião. Contei com ele como um conselheiro. Ele foi meu irmão mais velho”, afirma o amigo e ex-sócio Alê Youssef, gestor cultural e ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo.
Ambos se conheceram na década de 2000 e foram sócios no badalado Studio SP. “O Maurizio foi um entusiasta do funk tradicional e do samba-rock. As casas dele foram importantes para o renascimento desses dois gêneros”, diz Youssef.
Segundo ele, a ideia de migrar o Studio SP, da Vila Madalena (zona oeste), para a rua Augusta, no centro, partiu de Maurizio. “Ele trouxe uma ideia de transformação urbana do centro a partir da cultura.”
Encerrado em 2013, o Studio SP se transformou em um dos pontos de referência da revitalização da área que ficou conhecida como Baixo Augusta.
“Ele foi importante para a cultura da cidade e fundamental para os movimentos sociais urbanos que se consolidaram a partir dos anos 2000”, diz Alê Youssef.
Maurizio Longobardi morreu no dia 18 de novembro, aos 59 anos, por complicações de um câncer no pâncreas.
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