Na vida real ou nos palcos, a atriz Rosaly Papadopol era pura emoção. Ela encerrou sua história no dia 16 de dezembro, após perder a luta contra um câncer no baço, aos 64 anos.
A amizade com a produtora Camila Sartorelli começou no ano 2000, durante o espetáculo “O Pobre Super Homem”.
“Ela era uma pessoa extremamente especial, generosa com os amigos, sabia ouvir, se interessava muito pelas pessoas e adorava animais”, afirma Camila, que também produziu “Hilda Hilst - O Espírito da Coisa”. “Esse espetáculo era um sonho dela. Foi um monólogo muito aclamado que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz” (pela Associação Paulista de Críticos de Arte).
Amigo há 20 anos, o ator e dramaturgo Ivam Cabral define como marcante sua atuação em “Hilda”.
“Nesse espetáculo ela trazia de verdade a síntese do ator. Rosaly era uma atriz interessante e foi ficando genial com o tempo”, diz.
“Ela era muito alegre e apaixonada pela vida. Ela lutou árdua e bravamente. Aproximou-se do budismo e foi uma mestra para mim, porque descobri um câncer há oito anos e ela se aproximou. A Rosaly não tinha preconceitos, conversava com todas as tribos, era muito amiga”, afirma Ivam.
Na década de 1970, protagonizou “Zulmira”, única novela produzida pela TV Gazeta. Também trabalhou em “Éramos Seis”, “Dona Anja” e Marisol (SBT), “Louca Paixão” (Record), “Pé na Jaca” e “Belíssima” (Globo). Na Globo, fez também “Você Decide”, “Sandy & Júnior”, “Porto dos Milagres”, “Coração de Estudante” e “Agora É Que São Elas”. Em 2018, atuou na série “Samantha!”, da Netflix.
No cinema, estreou em “As Amantes Latinas” e atuou em “Até que a Vida Nos Separe”, “Bellini e a Esfinge”, “O Caderno Rosa de Lori Lamby”, “Quarta B”, “Sobre Papéis” e “Incompatível”.
No teatro, fez parte de montagens como “Saudades do Brasil” com Elis Regina e César Camargo Mariano, “A Garota do Gângster”, que lhe rendeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, e “Pássaro da Noite”.
Rosaly Papadopol era separada e não tinha filhos.
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