Ética, afeto e sabedoria são três palavras que definem bem o cearense de Sobral, Gilmar de Carvalho.
Ele morreu dia 17 de abril, aos 71 anos, por complicações de Covid-19.
Gilmar era encantador. Discreto e atencioso, sabia como acolher as pessoas e os momentos de expor um traço fino de sua personalidade: uma ironia límpida e cortante, como define o jornalista Daniel Fonseca, 38, amigo há 20 anos.
Gilmar entrou na faculdade de Direito para atender a um desejo da família, mas seu coração pulsava pela comunicação. Decidiu levar os dois cursos ao mesmo tempo. Em 1971, formou-se no primeiro e no ano seguinte em Comunicação Social, ambos na UFC.
Gilmar passeou pelo jornalismo e pela publicidade. Trabalhou nas duas principais agências do Ceará, Mark e Scala, nos anos 1970.
Obteve o título de Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, em 1991, e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, em 1998.
Foi Professor do Departamento de Comunicação Social e integrante do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC, com interesse entre as relações entre a Comunicação e a Cultura. Especialista em cultura popular e biógrafo, publicou vários ensaios e livros, como “Patativa poeta pássaro do Assaré” e “Patativa do Assaré — antologia poética”.
“Gilmar leva consigo um Ceará que enxergava por inteiro. Era um amigo, um aliado da história, da arte e da cultura. Com ele, aprendemos o valor da amizade, a grandeza do mundo, o destemor diante da vida”, afirma a curadora Dodora Guimarães, de quem era amigo desde 1974.
“O Gilmar sempre foi comprometido com a defesa da justiça, da igualdade e com os projetos e reivindicações das maiorias sociais. Ele tinha uma clareza de pensamento muito grande”, diz Daniel.
Gilmar deixa o companheiro e parceiro em dezenas de trabalhos, Francisco Sousa.
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