Professor prende pé de aluno em cadeira com fita adesiva em escola pública no Espírito Santo

Docente foi afastado do cargo; relatório enviado ao Conselho Tutelar cita suposto histórico de hiperatividade

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Belo Horizonte

Um aluno do ensino fundamental teve o pé preso à cadeira com fita adesiva pelo professor durante aula em escola da rede municipal de ensino de Vitória, no Espírito Santo, nesta terça-feira (15).

O professor foi afastado do cargo por medida cautelar, segundo a Secretaria Municipal de Educação. ​A Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) investiga o caso, conforme informações da Polícia Civil do estado.

Não foi informado o que teria levado o professor a amarrar o estudante à cadeira, nem a idade e em qual ano escolar ele está matriculado. A Prefeitura de Vitória afirmou que se solidariza com o aluno e sua família, e que "repudia qualquer forma de violência", conforme nota.

pés de criança amarrado em cadeira
Imagem que circula em redes sociais mostra aluno com pé preso por fita adesiva em cadeira de escola municipal de Vitória (ES) - Reprodução

Um processo administrativo disciplinar está sendo aberto, conforme a prefeitura, para investigar a atitude do professor. Uma equipe técnica da secretaria da Educação esteve na escola para apurar os fatos.

O município também não informou o nome da escola em que houve o fato. O objetivo, segundo a prefeitura, é preservar o aluno e sua família. A gestão municipal ainda afirma que o garoto está recebendo apoio e acompanhamento de profissionais da secretaria de Saúde.

Relatório enviado ao Conselho Tutelar da regional de Maruípe, responsável pela escola onde o aluno foi amarrado, cita suposto histórico de hiperatividade do estudante.

"Mas em hipótese alguma isso deveria ter ocorrido. É uma situação extremamente grave", afirma Rosenita Pereira, coordenadora do conselho.

A família será acompanhada por equipe do Conselho Tutelar e orientada sobre os procedimentos a serem tomados perante a Justiça, segundo Pereira.

Como a criança tem representantes legais, no caso, os pais, o conselho assume somente o papel de orientador, não tomando a frente em relação a procedimentos judiciais.

Uma das primeiras orientações que deverá ser dada pelo conselho, segundo a coordenadora, será sugerir a transferência do estudante da escola.

A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Espírito (SindUPES) em Vitória, Dorzilia Vaz, afirmou que o episódio será discutido nesta sexta-feira (18) em reunião da entidade.

"A informação inicial que temos é que o professor estava passando por problemas psicológicos, e também ajudava um irmão com graves problemas de saúde", disse Dorzília.

A representante do sindicato afirmou ainda que o caso será acompanhado por interesse da categoria, mas que o professor não é filiado ao SindUPES, não procurou a entidade e contratou advogado particular --o nome não foi informado.

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