Em depoimento à Folha, a chef chocolatière Renata Arassiro, 57, dona de loja em São Paulo, conta como teve que adaptar seu negócio durante a pandemia e viu as vendas crescerem com serviço de entregas e divulgação nas redes sociais.
Minha vida já é super de trabalho, não paro de segunda a sábado há 20 anos, e o primeiro impacto da pandemia foi que comecei a trabalhar mais. Era Páscoa, a época mais grandiosa para o chocolateiro.
Eu estava com 75% da produção pronta, e o comércio fechou; meus funcionários em casa. Tive de me adaptar muito rapidamente. A maioria das nossas vendas era física, mas entramos no Instagram, Facebook. Não atuávamos nesses meios, mas foi bom, abriu nosso leque de opções.
Foi uma loucura, ficava na loja de manhã cedinho até a madrugada, fazendo tudo sozinha. Foi um trabalho insano, mas consegui vender toda a produção. Fiquei um ano nessa situação de vender online e fazer muito mais do fazia que antes.
Descobri que, quando você tem que fazer algo sob pressão, a coisa acontece. Fiz tudo sem funcionários, só meu marido me ajudava um pouco. Vida pessoal? Nem pensava nisso, só trabalhava.
Mas, veja só, eu me casei em novembro do ano passado. A pandemia foi um intensivão de ficar junto, mas sei que teve gente que não conseguiu.
Pessoalmente, a maior preocupação era com meus pais e meus sogros, de não poder cuidar. A pandemia me fez pensar mais nas pessoas ao meu redor, ter mais empatia.
Agora as coisas estão um pouco mais fáceis. Os funcionários voltaram e reabrimos a loja, com todos os protocolos.
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