“Viva como se fosse uma despedida”. A frase acompanha a foto de Vitor Garcia no mar, em Jericoacoara (CE).
A imagem, postada em uma rede social no dia 26 de junho, ficou como lembrança da última de muitas viagens feitas com o servidor público Gustavo Vianna, 50, o primo que também foi o melhor amigo e o irmão do coração.
Os dois haviam realizado a Rota das Emoções, que percorre o litoral do Maranhão, Piauí e Ceará. Vitor dizia aos amigos que “as viagens mais loucas foram com o primo”.
Os passeios eram um compromisso de quase todos os anos. A dupla guardava outros locais, como o parque estadual do Jalapão, no Tocantins, no ranking dos mais incríveis pelos quais já passaram.
Jericoacoara foi mesmo uma despedida. Vitor morreu no dia 2 de agosto, aos 40, por complicações da Covid-19. Dias antes, em 19 de julho, a mesma doença havia levado seu pai embora.
Nascido em Campinas, filho de uma professora e de um profissional liberal, Vitor tinha uma irmã e um sobrinho de quatro meses. Atualmente, trabalhava como executivo de contas numa emissora de rádio local. Paralelamente à atividade, vendia vinhos.
Vitor era alegre, cheio de vida, corria, pedalava e além de viagens amava festas, principalmente as que aconteciam no sítio dos amigos em Serrania (MG).
Viveu 40 anos intensamente. Não perdia brincadeiras nem a gentileza e o sorriso no rosto. Se necessário, virava pai dos amigos. Todos o consideravam honesto, digno e cheio de paz. “Vitor era fácil de cultivar amizades. Ele não brigava nem fazia mal a ninguém”, diz Gustavo.
Típico sonhador, desejava conquistar a independência financeira para principalmente dar uma vida melhor à família. Solteiro, ele deixa a mãe, uma irmã, um sobrinho, tios e primos.
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