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Espaços habitados pelos mais ricos em São Paulo estão cada vez mais elitizados, indica estudo

Mapeamento sugere que a tipologia vertical de alto padrão se encontra concentrada na porção sudoeste do centro expandido

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Agência Fapesp

Mapeamento feito por pesquisadores ligados ao Centro de Estudos da Metrópole (CEM) indica que os espaços habitados pelos mais ricos na cidade de São Paulo estão cada vez mais elitizados.

A análise levou em conta os padrões de construção na capital e as características socioeconômicas da população.

Os resultados foram divulgados na segunda-feira (4), em nota técnica intitulada “Padrões Espaciais do Estoque Residencial Formal – Município de São Paulo, 2000/2020”.

Prédios vistos a partir do Parque do Povo, área verde que fica em uma das regiões mais valorizadas de São Paulo, com o metro quadrado mais caro para residências - Danilo Verpa - 25.ago.21 /Folhapress

O texto é assinado por Eduardo Marques e Guilherme Minarelli, respectivamente diretor e pesquisador júnior do CEM —um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fapesp sediado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Segundo os autores, entre 2000 e 2020, as áreas habitadas pelas elites tenderam a exibir predominância ainda mais clara de padrões construtivos elevados, indicando aumento da exclusividade de tais espaços.

Já áreas tipicamente habitadas por grupos médios continuaram a apresentar mistura intensa, enquanto espaços de grupos mais pobres e vulneráveis permaneceram claramente marcados por padrões de informalidade.

O mapeamento indica que a tipologia vertical de alto padrão se encontra fortemente concentrada na porção sudoeste do centro expandido, mas experimentou alguma expansão para o início da zona leste.

Já os verticais médios se fazem mais presentes nas áreas de centralidade mais tradicional do centro expandido, junto ao centro velho e ao eixo do Espigão da Paulista, enquanto a distribuição dos verticais de baixo padrão apresenta claro e estável caráter periférico.

Dados fiscais de registro de propriedades imobiliárias produzidos pela Secretaria da Fazenda Municipal da Prefeitura Municipal de São Paulo para fins de lançamento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) foram a fonte utilizada pelos pesquisadores para elaborar o documento.

Esse cadastro inclui mais de 62,70 milhões de imóveis entre 2000 e 2020, sendo 57,17 milhões residenciais, considerando números absolutos, tipos, padrões e valores.

A nota técnica integra um conjunto de estudos do CEM que aborda aspectos do planejamento municipal, como o parque imobiliário, a mobilidade, a participação social e o orçamento.

Essa sequência de trabalhos está orientada a informar os debates sobre a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo. O texto pode ser acessado na íntegra em: https://centrodametropole.fflch.usp.br/sites/centrodametropole.fflch.usp.br/files/cem_na_midia_anexos/13-nota_tecnica_estoque_residencial_formal.pdf.

* Com informações do CEM.

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