Descrição de chapéu Obituário Gabriel de Freitas Ferraz Araújo (1989 - 2021)

Mortes: Dos títulos que lhe cabiam, 'pai de menina' era o predileto

Gabriel de Freitas Ferraz Araújo tinha um elo forte com a filha Ana Beatriz, 6

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São Paulo

Em 32 anos de vida, Gabriel de Freitas Ferraz Araújo recebeu muito amor da família e o transferiu à filha.

Além da forte ligação entre os dois, apesar dos poucos anos de convivência, vale dizer que Gabriel foi um grande pai para Ana Beatriz, 6. “Ele adorava dizer a todo mundo que era pai de menina”, lembra o jornalista Lucas Ferraz, 37, seu irmão.

Natural de Itabira (a 111 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais), onde cresceu e viveu a maior parte de sua vida, Gabriel trocou o curso de engenharia pelo trabalho na profissão pela qual era apaixonado: motorista de caminhão pesado, a mesma atividade do pai. No currículo escolar, ficou com uma especialização técnica em mecânica. Era o funcionário exemplar, elogiado por todos.

Gabriel de Freitas Ferraz Araújo (1989-2021) e a filha Ana Beatriz
Gabriel de Freitas Ferraz Araújo (1989-2021) e a filha Ana Beatriz - Arquivo pessoal

​Uma das qualidades que carregava era a de relacionar-se bem com qualquer pessoa, da mais simples até a autoridade.

Vaidoso, cuidava da barba e da sobrancelha com zelo. De muitos amigos, seu temperamento oscilava entre o divertido e o genioso. Às vezes, perdia a paciência, mas o jeito de quebrar o gelo era especial. Para isso, usava o humor e as metáforas. O que Gabriel gostava mesmo era de tirar sarro das pessoas, segundo o irmão.

Era rápido e esperto ao encontrar saída para algumas situações. Em fevereiro de 2006, Gabriel e Lucas estiveram entre 1,3 milhão de pessoas que assistiram gratuitamente ao show dos Rolling Stones, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

“Ele tinha 17 anos e eu 22. Como não tinha como ir a um banheiro, improvisamos uma garrafa de água mineral. Em uma das vezes, eu errei o alvo e molhei um cara que estava na nossa frente. O Gabriel, que segurava uma lata de cerveja nas mãos, rapidamente abraçou o rapaz e se desculpou como se tivesse derrubado cerveja e o cara nem percebeu que foi urina”, conta Lucas.

A paixão por futebol também marcou sua vida. Gabriel atuava como goleiro em um time amador. Ele colecionava camisas de times, sabia tudo sobre o esporte, no Brasil e no exterior, e até sugeria pautas ao irmão.

Após o Cruzeiro Esporte Clube ganhar vários campeonatos seguidos, tornou-se flamenguista.

Gabriel estava sereno, feliz no trabalho e havia acabado de voltar de uma viagem à Bahia, na qual divertiu-se bastante.

Ele foi morto a tiros após deixar a filha em casa. A polícia investiga o crime. Solteiro, deixa a mãe Maria de Cássia de Freitas, 66, com quem também tinha uma forte ligação, a filha, um irmão, demais familiares e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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