Descrição de chapéu Coronavírus

Governo anuncia doação de 10 milhões de doses de vacina contra Covid-19

Transferência ocorrerá por meio da iniciativa Covax Facility e pode chegar a 30 milhões

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Brasília

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) vai doar 10 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para países com cobertura vacinal baixa.

A medida provisória (MP) que autoriza a ação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta segunda-feira (20), após ser anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

"Tenho imensa satisfação de sinalizar que iremos oferecer neste primeiro momento 10 milhões de doses em doação por meio da iniciativa Covax Facility, com margem de alcançarmos até 30 milhões de doses de imunizantes doados aqueles em situação de maior vulnerabilidade", disse o ministro em entrevista à imprensa.

Profissional da saúde prepara vacina contra Covid-19 em unidade básica de saúde no centro de São Paulo - Danilo Verpa - 16.nov.21/Folhapress

Ainda não há lista de países beneficiários. O destino das doses e a quantidade serão definidos pela Saúde, com auxílio do Itamaraty, após pedido formal das nações.

O ministro ressaltou que as doações não vão comprometer a estratégia de imunização no Brasil, mesmo que outras faixas etárias entrem no plano de imunização, sem citar diretamente crianças de 5 a 11 anos.

"Gostaria de indicar que as doações a serem efetivadas pelo governo federal não comprometerão nossa bem-sucedida estratégia de imunização incluindo a distribuição de doses de reforços e para todos os públicos, todas as faixas etárias que eventualmente forem incluídas no nosso Programa Nacional de Imunização", afirmou Queiroga.

Como o ministro reforçou nesta segunda, a Saúde apresentará sua decisão sobre incluir crianças no programa apenas no dia 5 de janeiro. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação das doses da Pfizer nessa faixa etária, mas a palavra final é da pasta.

De acordo com o ministro, o Brasil tem mais de 80% da população vacinal completamente imunizada. Enquanto há 98 países com menos de 40% de cobertura vacinal, sendo que 41 não chegam nem mesmo a 10%.

O embaixador Paulino Franco de Carvalho, que representou o Itamaraty durante o anúncio, ressaltou o caráter humanitário da doação e tratou do avanço da variante ômicron.

"O recente surgimento da variante ômicron veio nos dar o que sempre soubemos, que a pandemia somente será superada quando todos os países tiverem ferramentas necessárias para sua contenção. Ninguém está seguro até que todos estejam seguros", disse.

Há indícios que mostram relação entre baixa cobertura vacinal e o surgimento de variantes. O vírus, nesses lugares, espalha-se com maior facilidade, o que aumenta as chances de modificações na sua estrutura.

Mais tarde, Queiroga criticou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid e afirmou, em uma rede social, que o PT "apostou contra a determinação do governo" em vacinar a população.

"PT apostou contra a determinação do governo de @jairbolsonaro e fez da CPI um palanque. Enquanto acusavam e mentiam, a gente trabalhou. E hoje nos orgulhamos de doar vacinas para nações amigas que precisam", escreveu.

Na postagem, há uma montagem em vídeo em que o senador Humberto Costa (PT-PE) questiona que o Brasil pedia sobras de doses a outros países. Em seguida, o ministro aparece anunciando a doação de doses nesta segunda-feira. ​

"O senhor tem colocado que a vacinação é a coisa mais importante. Vossa Excelência inclusive chegou a ir à Organização Mundial da Saúde [OMS] e lá pedia sobra de vacina de outros países. Hoje estamos numa espécie de mendicância vacinal pedindo que a sobra dos outros venha para cá", disse Costa no vídeo.

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