Mortes: Parte da história do Theatro Municipal, dedicou-se à arte e à cultura

Bia Amaral dirigiu a casa de espetáculos em São Paulo e cuidou de sua renovação

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São Paulo

Beatriz Franco do Amaral foi diretora do Theatro Municipal de São Paulo de 2009 a 2012. Esteve à frente da audaciosa renovação do Municipal, inaugurado em 1911 e palco da célebre Semana de Arte Moderna.

Prestes a completar cem anos, sob o comando de Beatriz, o Theatro enfrentou sua terceira reforma, a mais complexa até então realizada, e que terminaria em novembro de 2011.

Toda a parte de sonorização, acústica, mecânica cênica e tratamento acústico do fosso da orquestra foi refeita, transformando-o numa casa moderna, aparelhada com os mais recentes equipamentos disponíveis, para receber uma vasta gama de espetáculos do Brasil e do exterior.

Beatriz Franco do Amaral (1953-2021)
Beatriz Franco do Amaral (1953-2021) - Arquivo pessoal

O palco, o Salão Nobre, as pinturas decorativas e mais de 14 mil vitrais passaram por um processo de cuidadoso restauro, e o vermelho, a cor tradicional, veio substituir o verde na tapeçaria e nos estofamentos das poltronas.

Durante esse período, Beatriz ainda trabalhou para a revitalização do antigo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, que foi restaurado e integrado à Praça das Artes, que abriga a Escola de Dança de São Paulo e a Escola Municipal de Música.

Administrado pela Fundação Theatro Municipal, da qual Beatriz foi a primeira presidente, promove apresentações e exposições ligadas à música, dança, teatro e artes plásticas, além de fornecer espaço de convívio e de ensaio para os corpos artísticos do Theatro.

A inauguração, na qual Beatriz esteve diretamente envolvida, contou com uma exposição sobre a história do Conservatório que, a partir daquele momento, estava oficialmente ligado ao Theatro Municipal.

A dedicação de Beatriz, incansável na busca de soluções e de recursos para implementar novos projetos que tornassem a cultura mais acessível, ilustra a sua coragem para encarar desafios. E, também, a sua estreita relação com o mundo das artes, no qual se deslocava com elegância, inteligência e desenvoltura.

Uma afinidade que carregava de maneira natural, pois pertencia a uma família de amigos das artes. Seu bisavô materno era o senador e mecenas José de Freitas Valle, que criou um salão artístico-literário, a Villa Kyrial, onde reunia intelectuais, artistas, escritores e políticos. O amor de Beatriz pelas letras, pela música, pela cultura, vinha como marca de nascimento.

Conhecida como Bia Amaral, morreu em 21 de outubro, em decorrência de um câncer. Deixa dois filhos, Marcelo e Guilherme, e um neto, Bernardo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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