Descrição de chapéu Rio de Janeiro chuva

Chega a 219 total de mortos em Petrópolis; 30 pessoas estão desaparecidas

Mulheres representam a maior parte das vítimas da tragédia na cidade da região serrana do RJ

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Rio de Janeiro

Subiu para 219 o número de pessoas mortas na chuva que devastou Petrópolis, cidade na região serrana do Rio de Janeiro. Desse total, 129 são mulheres e 90, homens. Entre as vítimas, há 42 menores de idade. O temporal que caiu sobre a cidade imperial no último dia 15 alagou ruas, destruiu bairros e matou famílias inteiras.

Até a noite desta sexta-feira (25), 212 corpos haviam sido identificados e liberados para as funerárias. Segundo a Polícia Civil, outros sete corpos não identificados receberam liberação mediante coleta de material genético e ordem judicial.

Trinta pessoas eram consideradas desparecida, de acordo com a Defesa Civil Nacional.

Na quinta (24), as salas de velórios estavam cheias, e os enterros eram feitos em sequência. A prefeitura abriu novas covas rasas (menos profundas e mais baratas) e descartou um grande enterro coletivo "para respeitar a programação das famílias".

Bombeiro procura vítima em escombro
Moradores, bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham na busca por sobreviventes no Morro da Oficina, em Petrópolis - Eduardo Anizelli/ Folhapress

Ao menos 166 pessoas já foram sepultadas no cemitério de Petrópolis. Os enterros começaram na quarta-feira (16), quando Evelyn Luiza Netto da Silva, 11, foi sepultada.

A liberação de alguns corpos tem demorado em razão do estado em que eles chegaram ao IML (Instituto Médico-Legal). Nesses casos, é preciso fazer exames de DNA e papiloscópicos para ter a identificação. Segundo a Polícia Civil, há um mutirão formado por peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia para dar celeridade ao trabalho.

A chuva também destruiu casas, obrigando 899 pessoas a procurarem abrigo nos 14 pontos de apoio disponibilizados pela prefeitura da cidade. Segundo a administração municipal, essas pessoas estão recebendo itens essenciais e orientações sobre os serviços sociais que podem solicitar.

Apesar do medo da chuva, alguns moradores seguem vivendo à beira dos barrancos que deslizaram. "Vou para onde?" é a pergunta que muitos fazem.

Nove dias após a tragédia, as buscas continuam nas áreas mais afetadas pelos temporais. Nesta quinta, o trabalho dos bombeiros se concentra no Morro da Oficina, Vila Felipe, Sargento Boening e Vila Itália, áreas em que há suspeita de desaparecidos.

Segundo a Polícia Civil, há 48 pessoas que ainda não foram encontradas. Conforme os corpos vão sendo identificados, o número de desaparecidos vai caindo.

Petrópolis tenta agora se reerguer da tragédia. Nas ruas, moradores limpam casas, prédios históricos e comércios, que já começam a reabrir. Sirenes de viaturas e ambulâncias ecoam de um lado para o outro, e motociclistas e famílias circulam sem parar com doações entre pontos de apoio e igrejas.

Até esta quarta, o município havia registrado 2.199 ocorrências, das quais 1.764 são por deslizamentos. O Exército e a Marinha enviaram quase 1.000 militares para ajudar no controle de trânsito, reforçar a segurança e dar apoio na logística de donativos.

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