Fuad toma posse em BH e levanta bandeira branca para a Câmara

Novo prefeito enviou novamente à casa projeto para reduzir preço da passagem de ônibus

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Belo Horizonte

O novo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), tomou posse nesta terça-feira (29) levantando bandeira branca na relação com a Câmara Municipal, mas já tendo que lidar com o projeto de lei responsável pelo rompimento das relações da casa com seu antecessor, Alexandre Kalil (PSD).

O projeto cria um fundo que será utilizado pela prefeitura para reduzir em R$ 0,20, de R$ 4,50 para R$ 4,30, o preço da passagem de ônibus na capital. Kalil, que renunciou na última sexta-feira (25) para se candidatar ao Governo de Minas Gerais nas eleições de outubro, enviou o texto para a Câmara no início deste mês.

A foto mostra o novo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman.
O novo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), em conversa com jornalistas depois da posse no cargo nesta terça (29) na Câmara - Amira Hissa/PBH

O projeto, no entanto, foi devolvido pela casa ainda durante a administração do ex-prefeito por, segundo a presidência do Poder Legislativo, não mostrar de forma clara como o dinheiro seria aplicado.

Durante embate com a câmara, Kalil chegou a chamar a presidente da Casa, Nely Aquino (Podemos), de inimiga. Afirmou ainda que a vereadora tinha intenções políticas por estar em negociações para ser vice de seu rival, o governador Romeu Zema (Novo), na disputa pela reeleição em outubro. À época, a deputada negou que tivesse essa intenção.

Como prevê a legislação, a posse de Noman ocorreu na Câmara. Durante seu discurso, Nely fez questão de deixar claro em vários momentos a felicidade pela troca de comando na prefeitura. "Como esperei para falar isso", disse, logo no início do pronunciamento, depois de se dirigir ao prefeito citando seu nome.

Em outro trecho do discurso, garantiu ter chegado ao fim o embate com a prefeitura. "No dia de hoje, estendemos a mão ao Poder Executivo, encerrando principalmente, todos os desentendimentos", declarou.

Iguais, mas diferentes

Em conversa com jornalistas depois da posse, Noman afirmou que o projeto da redução do preço da passagem foi enviado novamente nesta terça-feira (29) para a Câmara.

O texto é fundamental para o funcionamento do transporte coletivo na cidade, segundo o prefeito. A alta nos preços dos combustíveis está impactando o setor em todo o país.

"Espero que a Câmara possa estudar, melhorar o que for preciso, aperfeiçoar aquilo que não estava muito bom, aprovar e votar rapidamente", disse o prefeito. "Se demorarmos muito para encontrar uma solução, ou teremos que aumentar a tarifa para um valor muito alto, ou o sistema vai parar."

A foto mostra o novo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e a presidente da Câmara da capital, Nely Aquino (Podemos) apertando as mãos.
O novo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e a presidente da Câmara, Nely Aquino (Podemos) - Amira Hissa/PBH

O prefeito, em seu discurso de posse, tentou equilibrar a busca por melhoria no contato com a casa sem prejudicar sua relação com Kalil.

"As portas do meu gabinete estarão sempre abertas para todos vocês, caros companheiros vereadores. Vou me esforçar diariamente nessa parceria em benefício do povo da nossa cidade", disse.

Ao citar seu antecessor, afirmou que são semelhantes. "Somos do mesmo partido, torcemos para o mesmo Galo (Atlético-MG), temos visões de mundo semelhantes, seguiremos o mesmo programa de governo da eleição."

O prefeito acrescentou que deve manter os planos e grande parte da equipe de Kalil.

​Currículo

Noman nasceu em Belo Horizonte, tem 74 anos e é formado em ciências econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília. Aposentou-se como servidor concursado do Banco Central.

Ele foi secretário de Fazenda e também de Transportes e Obras Públicas do Governo de Minas Gerais. Em 2017, no primeiro mandato de Kalil, foi nomeado secretário municipal de Fazenda, cargo em que permaneceu até 2020, ano em que se candidatou à vice na chapa de Kalil pela reeleição.

Em janeiro de 2021, tomou posse como vice-prefeito da capital.

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