Descrição de chapéu Alalaô

CET registra 17 blocos em São Paulo, e Nunes diz que 'poucas pessoas saíram às ruas'

Município recolheu 13,5 toneladas de lixo nos três primeiros dias; para prefeito, 'houve conscientização cívica'

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São Paulo

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou neste domingo (24) que "poucas pessoas" saíram às ruas, "sem gerar grandes problemas", e elogiou o que chamou de "conscientização cívica" ao comentar os blocos de Carnaval que desfilaram sem autorização oficial desde quinta-feira (21) na cidade de São Paulo.

"Tivemos dos organizadores dos maiores blocos de rua a mesma conscientização cívica em atender o pedido da prefeitura para não irem às ruas sem infraestrutura e segurança aos participantes", afirmou o prefeito.

Foliões fazem a festa no bloco Charanga do França, no bairro de Santa Cecília, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Alguns blocos, sem autorização oficial, reuniram grande quantidade de foliões em ruas da capital nestes quatro dias, como a Charanga do França, que desfilou neste domingo no bairro de Santa Cecília, na região central.

Nunes elogiou o desfile das escolas de samba no Anhembi, na sexta (22) e no sábado (23). "O nome do Carnaval deste ano, 'Carnaval da Vida', reflete exatamente o que foi uma das festas populares mais importantes da nossa cidade", disse, citando sentimento de superação da maior crise sanitária dos últimos tempos.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou ter constatado a realização de 17 desfiles de blocos de Carnaval "que ocorreram de forma tranquila e pacífica, com acompanhamento dos agentes de trânsito e de demais órgãos públicos".

A estimativa de coletivos é que ao menos 50 deles desfilassem nos quatro dias de Carnaval fora de época.

Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura afirmou que coletivos responsáveis por mais de um terço dos blocos inicialmente agendados anunciaram o cancelamento antes mesmo de a prefeitura avisar, em janeiro, que a cidade não iria ter Carnaval de rua por causa da variante ômicron do novo cornavírus.

Na quarta-feira (20), durante uma reunião com 11 coletivos, quando propôs a realização de um Carnaval de rua nos dias 16 e 17 de julho, que ainda vai ser formado, a secretária municipal de Cultura, Aline Torres, pediu que os blocos informassem datas, horários e locais dos desfiles, para que a prefeitura fizesse a limpeza depois. Em nota neste domingo, a pasta afirmou que a orientação não foi seguida por nenhum dos organizadores.

"Apesar disso [falta de informação], as subprefeituras escalaram cem funcionários para cuidar da zeladoria e 18 equipamentos, entre eles, sete caminhões pipas, seis basculantes, duas varredeiras e três compactadores, e a CET escalou 400 agentes para permanecerem de prontidão e atuar no monitoramento do trânsito e na montagem de desvios, quando necessário", afirma trecho da nota da prefeitura.

Segundo a administração municipal, entre quinta-feira e sábado, cerca de 13,5 toneladas de lixo foram recolhidas de locais onde houve desfiles de blocos.

Sobre as escolas de samba, a São Paulo Turismo (SPTuris) informou que 29 mil pessoas foram ao Sambódromo do Anhembi na sexta, e 35 mil, no sábado. Pouco mais de 26 toneladas de lixo foram recolhidos do local.

A Folha acompanhou dezenas de blocos de ruas que resolveram desfilar, mesmo sem o apoio oficial da prefeitura. A maioria deles concentrada na região oeste da capital paulista.

No bloco do Fuá, a estimativa de público era de mil foliões, segundo Marco Ribeiro, um dos líderes do movimento fundado em 2013. "Más já tivemos a presença de 2.000 a 3.000 pessoas nas edições passadas", disse.

Com o evento sendo realizado na informalidade, blocos procuraram discrição sobre sua ida às ruas. Houve aqueles, como o Vai Quem Quer, no Butantã, que dispensou qualquer publicidade para o seu desfile.

Havia o receio entre os coletivos de sofrer represálias da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Nem todos os blocos divulgaram sua programação, o que ajuda a explicar uma menor adesão de foliões em comparação com edições anteriores. A reportagem não observou ações policiais deste tipo.

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