Descrição de chapéu Alalaô

Mancha Verde vai da apreensão ao alívio durante apuração em São Paulo

Festa mescla clima de estádio de futebol, com bandeiras e sinalizadores verdes, com ambiente familiar

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São Paulo

Durante a apuração do Carnaval 2022, os integrantes da escola de samba Mancha Verde roeram as unhas quando o quesito alegoria passou a ser votado, na tarde desta terça-feira (26). O alívio veio quando ouviram "nota 10" nos alto-falantes do Anhembi, na zona norte paulistana, dado por todos os jurados, que confirmou o título.

Terceira escola a se apresentar no primeiro dia de desfiles no sambódromo, já na madrugada de sábado (22), os integrantes da Mancha ficaram com o coração na mão quando um pedaço do carro abre-alas caiu, minutos antes da agremiação entrar na avenida.

"Neste momento, com o apoio do pessoal do barracão, conseguimos resolver o problema e, mesmo entrando na avenida com quatro minutos de atraso, conseguimos administrar nosso tempo e fazer o desfile no tempo certinho", afirmou aliviado Paulo Serdan, presidente da escola, no início da festa no barracão da Mancha, na zona norte.

Multidão lota o barracão da escola de samba Mancha Verde para comemorar o bicampeonato no Carnaval paulistano - Danilo Verpa/Folhapress

Com um clima de estádio de futebol, com bandeiras e sinalizadores verdes, a festa da agremiação começou sem hora para acabar.

A agremiação venceu o Carnaval 2022 com samba-enredo "Planeta Água", fazendo referência a Iemanjá, que nas religiões de matrizes africanas é a orixá das águas salgadas.

"Iemanjá! Iê-Iemanjá! / Rainha das ondas, senhora do mar! / Iemanjá! Iê-Iemanjá! / No azul dos teus mistérios eu também quero morar", diz o refrão, que tocava na festa da quadra nesta terça.

"É ainda Carnaval e este momento é para comemorar", afirmou Tarso Gouveia, vice-presidente do Palmeiras, instantes antes do troféu do bicampeonato chegar ao barracão.

Foi difícil para o presidente Serdan chegar até o palco para discursar. A todo instante era parado receber beijos e abraços e para fazer selfies.

Centenas de integrantes da escola de samba Mancha Verde fazem fila para tirar foto com o troféu - Danilo Verpa/Folhapress

A agremiação conquistou seu primeiro título no Grupo Especial no Carnaval de 2019, quando apresentou o samba-enredo "Oxalá, salve a princesa! A saga de uma guerreira negra", onde contou a história da princesa africana Aqualtune, e, por meio dela, discutiu escravidão, intolerância religiosa e direitos humanos.

No último Carnaval, em 2020, a escola bateu na trave, terminando a apuração como vice-campeã.

"Aqui somos todos uma mesma família, que compartilha as tristezas e alegrias e, ainda bem, que neste ano estamos comemorando juntos", afirmou aos gritos Wellington Diego de Carvalho, 37, que há 27 anos está na Mancha, incluindo a torcida organizada do Palmeiras.

Ele acrescentou que a atitude da avenida, de parceria e colaboração, é um reflexo do convívio dos integrantes da agremiação a todo momento.

Com ele estavam o filho e a filha, de 6 e 2 anos, além da mulher, Jéssica Elestina de Santana, 30.

Ela disse que passou a torcer para o Palmeiras, além de integrar a escola de samba, quando se casou com Carvalho, há 12 anos. "Mas me apaixonei pelo clima familiar e de companheirismo, que pode ser visto aqui ao redor", afirmou se referindo à festa, cheia de gente sorrindo, se abraçando e celebrando.

A Mancha mantém um ritual em todos os Carnavais, no qual leva seus carros alegóricos para o entorno do sambódromo, empurrando no braço as alegorias, sem auxílio de tratores ou veículos de tração.

Veja aqui como ficou a apuração do Carnaval de SP nota a nota.

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