Descrição de chapéu Obituário Geraldo Magela Cardoso (1956 - 2022)

Mortes: Poeta e produtor cultural, publicou mais de 15 livros

Geraldo Magela Cardoso trabalhou por 30 anos na Fundação Cultural de Curitiba

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São Paulo

Geraldo Magela Cardoso era poeta e produtor cultural. Com uma vasta produção literária, publicou mais de 15 livros de poesia e conto e deixou mais alguns na gaveta.

Não era só a sua poesia que ele queria que fosse lida, mas a de outros poetas também, por isso, dedicou-se a revelar os escritos de outras pessoas.

"O desejo e alegria dele era transmitir as poesias dos amigos também", lembra Eliana Fabricia Cardoso, irmã de Geraldo.

Imagem em primeiro palano mostra homem de social posando para foto
Geraldo Magela Cardoso (1956-2022) - Arquivo pessoal

Nascido na cidade de Guaraciama, em Minas Gerais, passou a infância na roça. Ele era o primogênito de uma família de dez irmãos. Sua mãe, Maria Lisbela Cardoso, era professora e poetisa, e seu pai, José Gonçalves Cardoso Filho, lavrador.

Foi com a mãe que ele teve as primeiras aulas de alfabetização. "Minha mãe lecionava debaixo de uma árvore próxima à casa deles na roça. Ela dava aulas para os filhos dos vizinhos e meu irmão foi um dos primeiros alunos", afirma Eliana.

Quando tinha mais ou menos 9 anos de idade, Geraldo deixou as aulas ministradas pela matriarca e passou a frequentar um colégio do distrito.

Em 1971, aos 14 anos, ele se mudou para Curitiba, onde vivia um tio. Na nova cidade, trabalhou em um armazém, depois nos Correios, como carteiro, até entrar na Força Aérea, em 1975 –na Aeronáutica ficou até 1979.

"Foi nessa época que ele começou a desenvolver a escrita", afirma a irmã. Nesse período, ele também começou a trocar cartas com a mãe. A distância entre a terra natal e Curitiba o impedia de visitar com frequência a família e, para tentar diminuir a saudade, escrevia.

"[Falar por] telefone era muito difícil naquela época, então eles trocavam cartas e minha mãe escrevia contando histórias", afirma Eliana.

Em 1982, Geraldo publicou seu primeiro livro de poesia, "Bendita Boca Maldita". Depois, vieram os demais títulos, entre os quais "Os Calombos dos Quilombos", de poesia afro (1983), "Se Metamorfose", poemas concretos (1984), "Poesygynyka", poesia escrita em um rolo de papel higiênico (1986) e "O Homem é Produto do E-mail", de microcontos (2015).

Em 1991, ele passou em um concurso público e tornou-se produtor cultural da Fundação Cultural de Curitiba. Na instituição, trabalhou por 30 anos.

Durante esse período, foi mediador de leitura nas bibliotecas da cidade e passou pelo Teatro Novelas Curitibanas e Teatro Universitário de Curitiba, onde foi idealizador de um projeto chamado CuTUCando a Inspiração. Também coordenou a Feira do Poeta, um espaço cultural que é ponto de encontro dos poetas curitibanos.

"Ele participou também de teatro, cinema, foi mágico e esteve no circo", recorda a irmã.

No último dia 29 de março, aos 65 anos, Geraldo Magela Cardoso morreu depois de um infarto. Ele deixa o pai, sete irmãos e três filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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