Descrição de chapéu Obituário Jorge Salim Jorge (1932 - 2022)

Mortes: Querido por gerações, foi mestre e amigo dos alunos

Jorge Salim Jorge, o Jorjão, trabalhou por mais de 50 anos no Colégio Objetivo

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São Paulo

Bedel, inspetor de alunos e disciplinador. Diversos termos definem a função que Jorge Salim Jorge desempenhava na unidade da avenida Paulista do Colégio Objetivo, no centro de São Paulo. Mas para os alunos, as palavras que melhor o definiam eram outras: mestre e amigo.

Jorjão, como era conhecido, ensinou a todos como ter paciência e boa vontade com os outros. "Simples e espontâneo, o que ele falava funcionava como uma ordem. Com ele, entramos no espírito que uma escola deve ter: a gente tem que se posicionar para os alunos como um amigo que está lá para ajudar", afirma o professor Giuseppe Nobilione, coordenador pedagógico e de matemática.

Descendente de libaneses, Jorjão era paulistano. Arrancava sorrisos dos alunos com seu jeito meio italiano: falava alto, gesticulava e esbanjava alegria.

Jorge Salim Jorge (1932-2022)
Jorge Salim Jorge (1932-2022) - Arquivo pessoal

Jorjão encantou gerações ao longo dos 52 anos que trabalhou no local. Chegava sempre por volta das 6h e tinha um talento especial para colocar os estudantes dentro da sala. Se necessário, avisava o professor que o estudante estava em cima da hora e todos aguardavam o início da aula. Ele também acompanhava os jovens nos campeonatos, eventos e atividades extraclasse.

"O prazer dele era trabalhar no Objetivo. Sua vida era o colégio. A presença do Jorjão era a certeza de um ambiente bom e saudável por causa do carinho que tinha por todos", diz Giuseppe.

"O Di Genio [João Carlos di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, morto em fevereiro deste ano] tinha uma grande consideração por ele. Há alguns anos, quando Jorjão começou a ficar doente, o Di Genio mandou colocar uma poltrona só para que ficasse acomodado no colégio", afirma.

Com a perda do pai ainda criança, Jorjão foi criado pela mãe e pelo avô, que se tornou sua referência paterna. Começou a trabalhar muito cedo, vendendo frutas num mercado. Depois, virou funcionário de uma fábrica de sapatos e, na sequência, foi para o Objetivo. Ficou no colégio até os 88 anos e chegou à função de coordenador, segundo a médica Carmen Lisa Jorge, 58, sua filha.

Jorjão era alegre, comunicativo, dedicado e trabalhador. Perspicaz, sabia se um aluno estava feliz ou triste só pela observação.

"Figura emblemática, tinha atenção e cuidado. Ele se interessava por todos, chamava-os pelo nome e transmitia a sua alegria. Deixou para nós a melhor lição de vida, recordações e valores importantes, dedicação e companheirismo", afirma a diretora do Colégio Objetivo, Maria Luiza Guimarães.

Jorjão acompanhava jogos de vôlei, basquete e, principalmente, futebol —era são-paulino.

Ele morreu no último dia 9, aos 90 anos. Viúvo, deixa três filhos e cinco netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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