Descrição de chapéu Obituário Maria Nilza Faggi Simonetti (1932 - 2022)

Mortes: Mostrou o significado do amor em suas adoções

Maria Nilza, que gostava de resgatar animais na rua, ensinou o bem aos filhos

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São Paulo

Nos dias de chuva, Maria Nilza saía com um carrinho de feira e resgatava os animais de rua. Em casa, os enchia de cuidados e arrumava um espaço no coração da família. O que mais a dona de casa fez foi adotar, resgatar e amar.

Filha de imigrantes italianos, Maria nasceu em São Paulo e, ainda bebê, foi com a família para Poços de Caldas (MG). Ficou em terras mineiras até os 11 anos.

Dono de um haras, seu pai trabalhava para os cassinos locais. Quando os estabelecimentos fecharam, ele e a família se mudaram para São Caetano, no ABC paulista.

Maria Nilza Faggi Simonetti (1932-2022)
Maria Nilza Faggi Simonetti (1932-2022) - Arquivo pessoal

Com cerca de 13 anos, Maria perdeu o pai. Na época, sua mãe estava grávida do oitavo filho.

Após a tragédia, Maria e os irmãos passaram a trabalhar com a mãe. A família armazenava manteiga em potes para a comercialização.

Num mercadinho, aos 16 anos, Maria conheceu Mário Simonetti, aquele que viria ser seu marido. Os dois tinham 24 anos quando se casaram e foram morar em São João Clímaco, bairro na zona sul da capital paulista. Permaneceram casados por quase 60 anos.

A dificuldade para engravidar não tirou de Maria Nilza a maternidade. O publicitário e professor Vagner Simonetti, 52, foi adotado quando tinha dias de vida, e, oito anos e três meses mais tarde, o casal adotou Gislene Simonetti, na época com pouco mais de um ano de vida.

"Ela foi mãe em todos os sentidos, da educação, do carinho, de ensinar, de me transformar num indivíduo. Se não fosse por ela e pelo meu pai, não sei se eu seria o que eu sou hoje", diz Vagner.

Maria Nilza, além de ter sido dona de casa a vida inteira, por ser muito comunicativa, decidiu também ter uma loja de louças no porão de onde morava, em São João Clímaco.

Mesmo com pouco estudo, escrevia muito bem, de cartas a poemas. Também ligada à arte, pintava de panos de prato a quadros.

"Ela nos ensinou o quanto vale a pena ser bom, preocupar-se com as pessoas e fazer o bem", afirma Vagner.

Maria Nilza morreu no dia 13 de junho, aos 89 anos, em decorrência de insuficiência respiratória e doença de Alzheimer avançada. Viúva, além dos dois filhos, deixa uma neta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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