Descrição de chapéu Folhajus

Protesto no Recife lembra dois anos da morte de Miguel

Patroa da mãe do menino, Sarí Corte Real foi condenada a 8 anos e 6 meses de prisão; ela poderá recorrer em liberdade

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Recife

Uma faixa com a mensagem "Queremos justiça por Miguel" foi estendida na ponte da Boa Vista, no centro do Recife, na manhã desta quinta-feira (2), dia em que se completam dois anos da morte do menino que caiu do 9º andar de um prédio de luxo onde sua mãe trabalhava como empregada doméstica.

Familiares de Miguel Otávio de Santana participaram do ato junto com organizações da sociedade civil. Também houve um protesto pacífico com camisetas e cartazes sobre o caso.

Familiares de Miguel durante protesto que marca os dois anos da morte do menino, no Recife; à dir., Mirtes Santana, mãe de Miguel - Victória Álvares/Change.org Brasil

A faixa foi colocada pela plataforma Change.org com a Articulação Negra de Pernambuco (Anepe).

Na última terça (31), a ex-patroa da mãe de Miguel, Sarí Corte Real, foi condenada a 8 anos e 6 meses de prisão. O juiz do caso considerou que a ex-primeira-dama de Tamandaré (município do litoral sul de Pernambuco) é culpada por abandono de incapaz com resultado em morte.

Mirtes Santana havia deixado o filho Miguel sob os cuidados de Sarí e saiu para passear com um cachorro da patroa. Imagens de câmeras de segurança do condomínio mostram que Miguel ficou sozinho em um elevador. Depois, ele foi do quinto ao nono andar, de onde caiu.

A defesa de Sarí Corte Real informou que irá recorrer da decisão por considerar que ela é inocente. Ela poderá recorrer em liberdade. Já os advogados da mãe de Miguel, que atuam como assistentes de acusação, disseram que também irão recorrer por considerarem que a pena fixada foi abaixo da ideal.

"Oito anos e seis meses para mim é muito pouco. Era para ser a pena máxima, que são 12 anos", disse Mirtes em entrevista coletiva, na quarta-feira (1º).

A Articulação Negra de Pernambuco anunciou que, junto a deputados e vereadores, irá protocolar o projeto de lei que cria o "Dia Miguel de combate ao racismo e genocídio contra crianças e adolescentes negros".

De acordo com a articulação, o objetivo é instituir o dia 2 de junho como um dia de luta voltado "à proteção e à promoção dos direitos das crianças e adolescentes negros, evidenciando o direito a infância, juventude, lazer e vida".

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